Trabalhadores da fazenda do cantor Leonardo dormiam em alojamentos infestados de fezes de morcegos

247 - Fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgataram seis trabalhadores em condições análogas à escravidão em uma das fazendas pertencentes ao cantor Leonardo, localizada em Jussara, no noroeste de Goiás. A inspeção, realizada em novembro de 2023, revelou que os trabalhadores viviam em alojamentos improvisados, sem banheiros e expostos a riscos de saúde severos. A estrutura onde os empregados dormiam estava infestada de morcegos, com fezes espalhadas por todos os cômodos, além da presença de cobras, escorpiões e formigas. Sem chuveiros ou banheiros funcionais, os trabalhadores eram obrigados a usar áreas externas para suas necessidades básicas, e tomavam banho improvisando uma mangueira conectada a um poço sem tratamento, destaca o G1.

O relatório detalha ainda que os trabalhadores utilizavam materiais descartados, como tábuas, portas velhas e galões de agrotóxicos, para improvisar camas onde colocavam colchões desgastados e pedaços de espuma. A falta de manutenção no local permitia que a água da chuva entrasse pelos telhados danificados, molhando os pertences dos empregados. Além disso, a única fonte de água potável vinha de um poço com tampa quebrada, que permitia a entrada de animais, colocando em risco a saúde dos trabalhadores. Mesmo assim, Leonardo, incluído na 'lista suja' do MTE, alega que a fazenda está arrendada para um terceiro, e que ele não tinha conhecimento das condições em que os trabalhadores estavam vivendo.

A defesa do cantor afirma que, desde agosto de 2022, a área é administrada por outra pessoa para o plantio de soja, e que Leonardo não possui responsabilidade direta sobre os trabalhadores resgatados. O advogado Pedro Vaz informou que, após a intervenção do Ministério Público do Trabalho, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi firmado, e as indenizações foram pagas, mesmo sem serem de responsabilidade direta do cantor. Em suas redes sociais, Leonardo lamentou a situação, alegando que "jamais faria isso" e que desconhecia as práticas que estavam ocorrendo na área arrendada. "Eu já plantei tomate, sei como é difícil, e jamais compactuaria com isso. Há um grande equívoco sobre minha pessoa", declarou o cantor, enquanto sua defesa busca remover seu nome da lista divulgada pelo Ministério do Trabalho.