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    "Violência policial no Brasil é fruto da impunidade", afirma Pimenta

    O ministro lamentou os novos casos registrados no RJ e em SP durante o feriado de Natal

    Paulo Pimenta (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
    Otávio Rosso avatar
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    247 - O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta (PT), criticou nesta quinta-feira (26) os casos de violência policial registrados nos últimos dias. No Rio de Janeiro, uma mulher de 26 anos foi baleada na cabeça durante uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF), e em São Paulo, um jovem levou um tiro à queima-roupa após filmar uma operação da Polícia Militar.

    “Mais um feriado onde o Brasil está impactado com situações que envolvem violência policial, injustificável. Dois episódios que marcaram a sociedade brasileira, que impactaram a sociedade brasileira, entre tantos outros que ocorrem todos os dias”, lamentou Pimenta.

    Sobre o caso paulista, o ministro destacou a reincidência dos casos de violência policial no estado. “Um jovem levou um tiro à queima-roupa de policial militar em Osasco, porque estava filmando com o seu próprio celular uma operação da Polícia Militar de São Paulo, do Governo Militar de São Paulo, que tem cada vez mais mostrado uma complacência, uma cumplicidade com o conjunto de crimes que têm sido praticados por policiais militares da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Todos os dias esses episódios se repetem”, criticou.

    Pimenta relembrou sua trajetória como parlamentar e salientou uma tentativa feita pelo governo Lula (PT) para reduzir a vioLência policial no Brasil através de um decreto publicado nesta semana. “Eu sou uma pessoa que já presidiu a CPI de Combate ao Crime Organizado, já fui relator da CPI sobre Tráfico de Armas, tenho uma trajetória na área da segurança pública, tenho relação com as entidades e profissionais da área da segurança pública e, portanto, tenho autoridade para falar sobre o tema. O governo publicou, nesta semana, um decreto tentando regulamentar minimamente o uso de armas pelas polícias, nas abordagens e nas operações. A polícia do Brasil mata numa proporção absurda e as pesquisas mostram que grande parte da população tem mais medo das polícias do que dos criminosos”, lamenta.

    Segundo o ministro, a violência policial no Brasil é herança da ditadura militar e de políticas adotadas durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Isso é muito grave, mas é fruto da impunidade estimulada, principalmente durante o governo do Bolsonaro, por esses personagens ligados à extrema direita, que estimulam o uso da força. Quando eu estudava jornalismo, eu li um livro do Caco Barcelos, Rota 66, que diz que qualquer pessoa deveria ler. Ele mostra, conceitualmente, durante o período da ditadura, como as polícias agiam. E muito dessa cultura permanece em parte desses setores. Isso foi reacendido durante o governo do Bolsonaro, como também a facilitação da compra de armas e munições pelos grupos criminosos organizados sob a justificativa de que eram colecionadores ou atiradores profissionais. É preciso dar o basta nessa realidade”, afirmou.

    Pimenta defendeu as tentativas feitas pelo governo para reduzir a violência a disse que o tema precisa ganhar ainda mais espaço no debate público. “Para isso é preciso coragem. O decreto, entre outras coisas, fala que a polícia não pode tratar as pessoas diferentes por conta da raça, da cor ou da situação econômica. Gente, isso é óbvio, isso é o elementar. Mas, infelizmente, tem que estar escrito em algum lugar. Porque esse tratamento que é dado para os pobres, na periferia, para a juventude, não é um tratamento que é dado nos bairros nobres, nos bairros ricos. Mesma postura que os porta-vozes dessas ações criminosas têm em tentar justificar o injustificável, eles não têm quando tratam dos poderosos. Então, é um tema muito relevante. O Brasil precisa refletir sobre ele e o governo tem razão. O ministro (Ricardo) Lewandowski tem razão quando publica esse decreto e que traz para o governo federal um olhar, inclusive, sobre a conduta das polícias militares nos Estados”.

     

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