Visitas intensas de políticos e empresários estadunidenses à China: o que indicam?
Além disso, o senador participou das negociações econômicas e comerciais entre a China e os EUA durante o primeiro mandato do republicado
CGTN – Nos últimos dias, a capital chinesa recebeu várias figuras influentes dos setores político e empresarial dos Estados Unidos. Considerando que, recentemente, o governo norte-americano deu início a uma guerra comercial em escala global e ameaçou implementar “tarifas recíprocas” no início do próximo mês, esse movimento causou surpresa.
A visita à China do senador republicano Steve Daines, o primeiro político estadunidense a visitar o país, após a posse de Donald Trump, atraiu grande atenção. Daines é próximo do atual presidente e atuou como executivo da empresa Procter & Gamble na China na década de 1990, sendo considerado “um raro político dos EUA com experiência profissional na China”.
Além disso, o senador participou das negociações econômicas e comerciais entre a China e os EUA durante o primeiro mandato do republicado. Agora, com os Estados Unidos novamente aumentando tarifas sobre produtos chineses, a visita de Daines é interpretada pela comunidade internacional como um novo esforço para manter a comunicação entre os dois grandes países.
No dia 23, durante o encontro com a delegação de Daines, a China expressou posição clara e direta: quanto maiores as dificuldades nas relações bilaterais, mais importante é desenvolver a cooperação econômica e comercial entre os dois países, garantindo uma base sólida e estável para o relacionamento. Em uma guerra comercial, não há vencedores. Nenhum país alcança prosperidade por meio da imposição de taxação.
Os desequilíbrios comerciais devem ser resolvidos por meio da ampliação da cooperação e geração de novos benefícios mútuos. A postura da China não apenas serve de alerta para que os EUA evitem escalar a guerra comercial, mas também reafirma a natureza de benefício mútuo das relações comerciais sino-norte-americanas e apresenta um caminho viável para resolver as tensões.

Quase ao mesmo tempo em que ocorreu a agenda de Daines, executivos de várias grandes empresas estadunidenses, como Eli Lilly, Qualcomm, Apple, Blackstone, Cargill e FedEx, também chegaram a Beijing para participar do Fórum de Desenvolvimento da China, realizado anualmente. Este ano o fórum contou com a presença de 27 empresas norte-americanas, cerca de um terço dos participantes.
Alguns analistas observaram que, no momento em que o governo Trump intensifica sua guerra comercial, a decisão dessas grandes corporações de visitar o país asiático, mesmo diante de obstáculos, mostra claramente que elas apoiam fortemente o princípio do comércio global aberto e desejam preservar a cooperação comercial entre os dois lados.
Mais importante ainda é que uma série de novas políticas chinesas para ampliação da abertura e ao estímulo ao investimento estrangeiro reforçou entre as empresas estadunidenses a convicção de que os fundamentos do crescimento de longo prazo da economia chinesa permanecem sólidos. Investir na China trará grandes retornos.
Paralelamente à visita do grupo das empresas norte-americanas, crescem dentro dos próprios EUA as críticas e reflexões sobre os erros das políticas econômicas da Casa Branca. O motivo é simples: mesmo que as “armas tarifárias” ainda não tenham sido usadas em sua totalidade, os danos internos à economia norte-americana já se tornam cada vez mais evidentes.
O Federal Reserve (Fed) alertou recentemente sobre o aumento da incerteza quanto às perspectivas econômicas do país. Instituições como JPMorgan, Goldman Sachs e Moody’s elevaram suas previsões sobre a probabilidade de recessão. Muitos analistas apontam que, ao lançar uma guerra comercial sob o pretexto do “nacionalismo econômico”, os EUA não conseguirão corrigir estruturalmente o desequilíbrio comercial nem promover o retorno da manufatura, mas sim agravarão os riscos de estagflação e os desafios sociais, levando os Estados Unidos a um isolamento no cenário internacional.
Tradução: Zhao Yan
Revisão: Patrícia Comunello
Fonte: CMG
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