Agro brasileiro não será afetado por Trump, afirma Teixeira

247 - Em meio à alta nos preços dos alimentos, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, garantiu que o agronegócio brasileiro não será impactado pelas políticas de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos. Em entrevista ao programa CB.Poder, parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília, Teixeira destacou a resistência do setor agrícola brasileiro e apontou a queda do dólar e uma safra recorde como fatores que devem ajudar a reduzir os preços dos alimentos.

Questionado sobre os possíveis efeitos da gestão Trump no agronegócio brasileiro, Teixeira foi categórico: "O agro, não. Vamos ter um problema maior da economia. Mas o agro, não, porque onde é que eles vão substituir os produtos, a soja, o milho, o algodão? Onde os Estados Unidos vão comprar?".

O ministro comparou Trump a "um aluno do fundão que fica jogando papel na cabeça dos outros, atrapalhando a aula", em referência às políticas protecionistas e às tensões comerciais que o presidente norte-americano costuma criar. No entanto, Teixeira ressaltou que o Brasil está atento a possíveis mudanças nas relações comerciais. "Ele começou a mexer com alguns produtos que a gente tem de olhar com cuidado", alertou.

Dólar e safra como aliados - Apesar das incertezas globais, o ministro destacou fatores positivos para o cenário interno. A desvalorização do dólar, que chegou a R$ 6,30 durante a expectativa da vitória de Trump e agora está em R$ 5,79, deve contribuir para a redução dos preços de produtos como carnes, açúcar, café, laranja e derivados de soja.

Além disso, uma safra agrícola recorde está no horizonte. "Estamos focando os créditos para a cesta básica", afirmou Teixeira, citando o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) e a possibilidade de o Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural) seguir o mesmo caminho.

Perspectivas para o futuro - O ministro demonstrou otimismo em relação ao cenário econômico e ao setor agrícola. "Todas essas notícias ensaiam um horizonte de diminuição do preço dos alimentos", afirmou, citando também o fim do ciclo de excesso de abates de gado como um fator que deve contribuir para a estabilização dos preços.