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    Barrick Gold assina acordo com Mali para encerrar disputa minerária

    Como parte do novo acordo, a Barrick concordou em pagar um total de US$ 438 milhões ao governo do Mali

    Barrick Gold (Foto: REUTERS/Dado Ruvic/Ilustração)
    Redação Brasil 247 avatar
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    (Reuters) – A mineradora canadense Barrick Gold assinou um novo acordo com o governo do Mali para encerrar uma disputa de quase dois anos sobre seus ativos de mineração no país da África Ocidental, disseram quatro fontes familiarizadas com as negociações à Reuters nesta quarta-feira.

    Segundo as fontes, a Barrick já assinou o acordo, e agora cabe ao governo do Mali aprová-lo formalmente. O anúncio oficial pode ser feito já na quinta-feira. No entanto, uma outra fonte alertou que obstáculos de última hora ainda podem atrapalhar o desfecho do acordo.

    A mineradora, com sede em Toronto, e o governo de Mali estão em disputa desde 2023, devido à implementação do novo código de mineração do país, que concede uma participação maior ao governo maliano nas minas de ouro.

    Como parte do novo acordo, a Barrick concordou em pagar um total de 275 bilhões de francos CFA (aproximadamente US$ 438 milhões) ao governo do Mali. Em troca, o governo libertará funcionários detidos, devolverá ouro confiscado e permitirá a retomada das operações na mina de Loulo-Gounkoto.

    A Barrick não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Reuters. Um porta-voz do Ministério de Minas do Mali também se recusou a comentar.

    Às 14h38, as ações da Barrick subiam 3,37% na Bolsa de Valores de Toronto.

    Inspeção e pressões do governo

    Uma delegação de mais de 15 representantes de ministérios malianos, acompanhada da consultoria privada Iventus Mining, concluiu uma inspeção de três dias no complexo de mineração da Barrick nesta quarta-feira, segundo cinco fontes.

    Na semana passada, o governo do Mali deu um prazo de uma semana para a Barrick retomar as operações, segundo quatro fontes.

    O novo acordo pode representar um impulso para as operações da Barrick em um momento em que os preços do ouro atingem níveis recordes, mas os investidores ainda não viram essa valorização refletida no desempenho das ações da empresa.

    Em uma entrevista à Reuters no início deste mês, Mark Bristow, CEO da Barrick, afirmou que tanto a empresa quanto Mali estavam perdendo com o fechamento da mina, já que o país deixava de arrecadar receitas semana após semana.

    Segundo Bristow, a Barrick pagou US$ 460 milhões ao governo do Mali no ano passado e, se as operações não tivessem sido interrompidas, teria contribuído com cerca de US$ 550 milhões para o tesouro nacional em 2025.

    Impacto na produção de ouro

    A Barrick reduziu sua previsão de produção de ouro para 2025 para entre 3,2 e 3,5 milhões de onças, devido à paralisação temporária da mina no Mali. Em 2024, a mineradora produziu 3,9 milhões de onças de ouro, abaixo das 4,1 milhões de onças registradas em 2023.

    Governos militares no Mali, Níger e Burkina Faso têm usado disputas legais, prisões e nacionalizações para fortalecer seus laços com a Rússia e aumentar o controle sobre suas riquezas minerais, como ouro e urânio.

    Desde que assumiu o poder em 2020, a junta militar do Mali prometeu revisar o setor de mineração para garantir que o Estado se beneficie mais dos preços recordes do ouro.

    Algumas mineradoras ocidentais, como a B2Gold, chegaram a acordos rapidamente com Mali. Outras, como a Resolute Mining, enfrentaram dificuldades – o CEO da empresa chegou a ser detido no país durante negociações.

    A Barrick também iniciou uma arbitragem contra o Mali, e ainda não está claro se, diante do novo acordo, a empresa desistirá do processo.

    Para 2024, o Mali contribuiu com US$ 1,07 bilhão em receitas para a Barrick, um aumento de 1% em relação ao ano anterior.

    Entretanto, a produção industrial de ouro de Mali caiu 23% em 2024, agravando a crise no setor.

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