Brasil atrai investimentos recordes para infraestrutura com leilões de rodovias e ferrovias, diz Renan Filho
Ministro dos Transportes destaca correções de contratos desequilibrados e afirma que governo Lula une pragmatismo e cooperação com o setor privado
247 – Com previsão de R$ 161 bilhões em investimentos privados em 2025, o Brasil se prepara para realizar um total de 16 leilões de concessão em rodovias e ferrovias, segundo o ministro dos Transportes, Renan Filho. A informação foi dada durante entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, transmitido nesta quinta-feira (10/4) pelo Canal Gov, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). O próximo certame ocorrerá no dia 30 de abril e envolve a BR-040, no trecho entre o Rio de Janeiro e Juiz de Fora (MG), com expectativa de atrair R$ 5 bilhões em aportes, incluindo a construção de um túnel de 4,62 km.
“A gente está corrigindo os erros do passado e vivendo um novo momento. Um momento em que o Brasil atrai investimentos recordes para melhorar a sua infraestrutura”, afirmou Renan Filho. Segundo ele, o governo Lula tem adotado uma abordagem pragmática, com foco em reequilibrar concessões problemáticas, promover novas licitações e incentivar a parceria com a iniciativa privada. “Isso ajuda a economia, demonstra que o governo do presidente Lula não é um governo ideológico”, acrescentou.
Avanço nas concessões e correção de contratos desequilibrados
Renan destacou que o Brasil realizou apenas 24 concessões rodoviárias de 1997 até o início da atual gestão. “Este ano nós vamos fazer 15. E nós já fizemos 10 nos dois primeiros anos. Só que dessas 25, tinha 16 desequilibradas”, pontuou. O leilão da BR-040 é um exemplo de correção: “Concessões feitas e com equívocos cometidos no passado que colocavam obras paradas. Mas nós estamos reequilibrando esses contratos, o que é um grande avanço”.
O ministro também ressaltou que nos últimos dois anos foram realizados mais leilões do que em todo o governo anterior: 10 contra 6 em quatro anos. A meta é atingir 40 concessões até o fim de 2026. A estratégia inclui o Programa de Otimização de Contratos de Concessão Rodoviária, que prevê R$ 110 bilhões em investimentos e a geração de até 1,6 milhão de empregos diretos e indiretos até 2026.
Rediscussão das tarifas e mais investimento
Ao abordar o tema das tarifas de pedágio, Renan fez uma comparação entre a BR-116 (Régis Bittencourt) e rodovias paulistas: “A Régis tem tarifas em torno de R$ 5 para cada 100 km, enquanto em São Paulo gira entre R$ 15 e R$ 16. Aí o que ficou claro? Não adianta ter investimento pequeno porque o contrato é de 30 anos e o Brasil cresce muito”.
O ministro afirmou que a prioridade agora é garantir mais investimentos para evitar gargalos e prejuízos aos usuários: “O setor de transporte não reclama da tarifa, porque caro mesmo é estourar um pneu que custa R$ 5 mil num buraco. Por isso estamos otimizando os contratos”.
Leilões de rodovias previstos para 2025
A lista de leilões programados abrange todas as regiões do país e inclui:
- BR-364 (RO) – já leiloada como Rota Agro Norte
- Ponte Binacional (RS-Argentina)
- BR-040/495 (RJ-MG)
- Rota da Celulose (MS)
- BR-101 (ES-BA)
- BR-101 (RJ)
- BR-163 (MS)
- BRs 060 e 364 (GO-MT) – Rota Agro
- BRs 272, 369, 376 (PR)
- BRs 182, 272, 317, 323 (PR)
- BR-116 (BA-PE)
- BRs 116 e 251 (MG) – Rotas Gerais
- BRs 070, 174, 364 (RO-MT) – Rota Agro Central
- BRs 116, 158, 392, 290 (RS) – Rota Integração do Sul
- BRs 116 e 324 (BA) – Rota do Recôncavo
Ferrovias: integração e modernização da logística
Renan Filho também deu destaque à pauta ferroviária, considerada estratégica para exportações. “Segundo o Plano Nacional de Logística, 40% das exportações do Brasil devem ser feitas por ferrovias. Isso ajuda a logística nacional”, declarou.
O governo pretende realizar neste ano o primeiro leilão ferroviário: a EF-118, com 575 km entre Nova Iguaçu (RJ) e Santa Leopoldina (ES), conectando a malha ferroviária do Sudeste a terminais portuários.
Entre os projetos prioritários, o ministro citou:
- Corredor Leste-Oeste (Bahia até Água Boa, MT)
- Ferrovia Norte-Sul (obra já concluída)
- Conexão entre os portos de Suape e Pecém
- Transnordestina, com 2.500 operários e R$ 4 bilhões garantidos
- FICO-1 (entre Mara Rosa, GO, e Água Boa, MT)
- Anel ferroviário do Sudeste (conectando Vitória à malha da MRS no RJ)
- Nova ferrovia Açailândia-Barcarena (MA-PA), para aliviar a carga da Ferrovia de Carajás
“A Transnordestina passou quatro anos do governo anterior parada. Agora está andando. A ferrovia de Açailândia a Barcarena vai tirar o gargalo causado pela grande movimentação de minério da Vale na Ferrovia de Carajás”, completou o ministro.
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