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    Brasil tem déficit em conta corrente de US$ 4 bi em junho

    Já a balança comercial teve superávit de 6,044 bilhões de dólares

    Sede do Banco Central em Brasília (Foto: Reuters/Adriano Machado)

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    (Reuters) - O Brasil registrou déficit em transações correntes maior do que o esperado em junho, enquanto o investimento direto no país superou as expectativas no mês, de acordo com dados informados pelo Banco Central nesta quinta-feira.

    O rombo em transações correntes ficou em 4,029 bilhões de dólares em junho, contra um saldo negativo de 182 milhões de dólares no mesmo mês de 2023, com o déficit acumulado em 12 meses totalizando o equivalente a 1,41% do Produto Interno Bruto (PIB).

    O resultado veio pior do que a expectativa do mercado, conforme pesquisa da Reuters com especialistas, que apontava para um déficit de 3,0 bilhões de dólares no mês.

    Em junho, os investimentos diretos no país alcançaram 6,269 bilhões de dólares, acima dos 3,3 bilhões de dólares projetados na pesquisa e dos 1,950 bilhão do mesmo período do ano passado.

    No mês, a conta de renda primária apresentou saldo negativo de 6,166 bilhões de dólares, ante déficit de 6,120 bilhões de dólares no mesmo período do ano anterior.

    As despesas líquidas de lucros e dividendos, associadas aos investimentos direto e em carteira, totalizaram 3,9 bilhões de dólares, aumento de 5,9% ante junho de 2023. As despesas líquidas com juros somaram 2,3 bilhões de dólares, 5,5% a menos do que no mesmo mês do ano passado.

    Já a balança comercial teve superávit de 6,044 bilhões de dólares, contra 9,299 bilhões de dólares no mesmo mês de 2023. De acordo com o BC, as exportações de bens somaram 29,3 bilhõe de dólares, redução de 1,8% na comparação interanual, enquanto as importações de bens aumentaram 13,2%, totalizando 23,3 bilhões de dólares.

    O rombo na conta de serviços ficou em 4,144 bilhões de dólares, contra déficit de 3,745 bilhões de dólares em junho do ano anterior.

    A partir dos dados de junho o BC passou não considerar mais as compras de ativos em criptomoedas como uma importação que afeta a balança comercial, reduzindo o déficit em conta corrente.

    A revisão segue uma mudança metodológica no Fundo Monetário Internacional (FMI), de acordo com o BC. Desde 2019, ativos em criptmoedas vinham sendo tratados como bens. A vertiginosa importação desses ativos pelos brasileiros vinha resultando num superávit comercial menor pelo critério do BC.

    Agora os criptoativos serão acrescentados na linha de conta de capital do balanço de pagamentos, que registra transações envolvendo a compra e venda de ativos não financeiros e não produzidos e transferêncas de capital.

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