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    Caixa demite por justa causa ex-vice-presidente por denúncias de assédio na gestão de Pedro Guimarães

    Governança do banco afirma que decisão reforça compromisso com ambiente de trabalho respeitoso

    Brasília: Prédio da Caixa Econômica Federal (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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    247 – A Caixa Econômica Federal (CEF) demitiu, nesta sexta-feira (22), por justa causa, o ex-vice-presidente Antônio Carlos Ferreira de Sousa. A decisão ocorreu após a conclusão de investigações conduzidas pela Controladoria-Geral da União (CGU) que confirmaram denúncias de assédio moral e sexual durante sua gestão no banco, segundo informa o Metrópoles.

    Antônio Carlos Ferreira, funcionário de carreira da Caixa desde 1989, foi nomeado vice-presidente de Logística e Operações em 2021, durante a gestão de Pedro Guimarães. As investigações apontaram episódios graves de assédio nas vice-presidências de Estratégia e Pessoas (Viepe) e de Logística e Operações (Vilop), cometidos entre 2021 e 2022. Esses casos foram denunciados por meio do canal de comunicação interno da instituição.

    Gravidade das acusações

    Segundo a CGU, as investigações confirmaram uma série de práticas abusivas. “O assédio moral se manifestava por meio de tratamento desrespeitoso, humilhações constantes, ameaças e constrangimento aos trabalhadores. Já o assédio sexual incluía condutas como elogios inadequados, insinuações de cunho sexual e convites insistentes, gerando intimidação e desconforto às vítimas”, informou o órgão em nota.

    A CGU também destacou que a decisão “reforça o compromisso com a criação de um ambiente de trabalho respeitoso e a adoção de medidas firmes contra condutas abusivas”.

    Antônio Carlos Ferreira já estava afastado desde julho de 2022, após as primeiras denúncias virem a público. Em outubro de 2023, o banco enviou à CGU o relatório final de sua investigação interna, que culminou na demissão oficial publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira.

    Respostas da Caixa e medidas de governança

    Em nota, a Caixa reiterou que “não tolera nenhum tipo de assédio por parte dos seus dirigentes ou empregados”. O banco afirmou que aprimora constantemente sua governança para investigar denúncias e proteger denunciantes e colaboradores.

    “A Caixa iniciou apurações por meio de sua Corregedoria assim que as denúncias foram feitas. Com a ciência da decisão da CGU, a Caixa iniciará as providências devidas para o cumprimento”, declarou a instituição.

    Além disso, a governança do banco reforçou a importância de canais de denúncia e processos rigorosos para combater práticas que sejam incompatíveis com os valores institucionais.

    Contexto: o escândalo de assédio na gestão Pedro Guimarães

    As denúncias de assédio na Caixa ganharam notoriedade em 28 de junho de 2022, quando o Metrópoles publicou uma reportagem detalhando os abusos atribuídos ao então presidente Pedro Guimarães. Cinco mulheres relataram abordagens inapropriadas, toques íntimos não autorizados e convites inadequados, configurando uma conduta totalmente incompatível com o cargo.

    O caso resultou no afastamento de Pedro Guimarães e de outros dirigentes envolvidos, incluindo Antônio Carlos Ferreira. Guimarães, inclusive, tornou-se réu em processos que podem levar a penas severas.

    A demissão de Antônio Carlos Ferreira evidencia o impacto contínuo desse escândalo e o esforço da Caixa para virar a página e fortalecer a confiança na instituição. A decisão também envia um recado claro de que práticas abusivas não serão toleradas, independentemente do cargo ocupado.

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