TV 247 logo
    HOME > Economia

    Chineses aceitam pagar mais por carne do Brasil 'sem desmatamento' voluntariamente, diz pesquisa

    Em março, a China habilitou 38 novas plantas para receber carne importada do Brasil, o que fez com que o número de instalações saltasse de 107 para 145

    Açougueiro descarrega carne de um caminhão do lado de fora de um açougue (Foto: Paulo Whitaker / Reuters)

    ✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

    Sputnik - Em uma pesquisa realizada pela FGV Agro, da Fundação Getulio Vargas, e pela Academia Chinesa de Ciências Sociais, foi apontado que os chineses estão dispostos a pagar mais pela carne bovina brasileira se ela não estiver associada ao desmatamento da Amazônia. Diferentemente da União Europeia, proposta é feita de forma voluntária e não mandatória.

    Mesmo com uma amostra pequena de consumidores que compram carne bovina brasileira na China — 720 foram ouvidos, em Pequim e Xangai —, o resultado surpreendeu os pesquisadores.

    Em média, os entrevistados afirmaram que pagariam 22,5% a mais do que pagam hoje pela carne do Brasil se ela viesse com alguma garantia de que é de criações de gado em áreas de desmatamento zero, relata o Globo Rural.

    Um quilo de filé-mignon chega aos chineses atualmente a preços que variam de cerca de US$ 40 a US$ 70 (o equivalente a R$ 204 a R$ 357).

    Segundo Kevin Chen, acadêmico chinês e membro da Universidade de Zhejiang, a perspectiva é que, em algum momento, a carne possa ser vendida nos mercados chineses com um selo que ateste sua rastreabilidade. Chen está no Brasil esta semana para reuniões e para apresentar detalhes da pesquisa, em um encontro que ocorre nesta terça-feira (30), em São Paulo.

    A mídia destaca que o acadêmico é uma voz influente no governo chinês em temas relacionados à sustentabilidade e à alimentação. E estabelece uma diferença marcante entre o caminho que está propondo a China e o caminho adotado pela União Europeia.

    Os europeus aprovaram regras que impedirão a entrada no bloco de um conjunto de produtos que não tiverem sinal verde de um sistema de controle e auditoria.

    "Não queremos que um futuro sistema de selo seja mandatório. Queremos que seja voluntário. Quando é mandatório, seja ou não uma boa política, se torna um tema polêmico. Se é voluntário, deixamos que o mercado decida", diz Chen.

    Em março, a China habilitou 38 novas plantas para receber carne importada do Brasil, o que fez com que o número de instalações saltasse de 107 para 145. Somadas, elas vão gerar um incremento de R$ 10 bilhões à balança comercial brasileira no decorrer dos próximos 12 meses.

    No ano passado, as exportações brasileiras de carne bovina totalizaram US$ 5,73 bilhões (R$ 29,7 bilhões) — quase 1,2 milhão de toneladas. O Brasil responde por cerca de 60% da carne importada pela China.

    iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

    Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: