Diretor do BNDES critica proposta que submete exportações à aprovação do Congresso
De acordo com o executivo José Luis Gordon, somente na Embraer, 40% das exportações passam pelo banco
247 - Representantes de grandes empresas pediram ajuda ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e ao governo federal para tentar barrar uma Proposta de Emenda à Constituição que submete ao Congresso Nacional a aprovação de exportações de bens e serviços. De acordo com o diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do banco, José Luis Gordon, somente na Embraer, 40% das exportações passam pelo BNDES. O dirigente afirmou que as vendas são garantidas pelo FGE (Fundo de Garantia à Exportação), que tem uma reserva de US$ 8 bilhões para cobrir eventuais calotes.
"Isso vai prejudicar as empresas brasileiras", afirmou o diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luis Gordon, à coluna Painel. "Imagine uma empresa como a Embraer fechando uma venda de aviões para uma companhia aérea estrangeira e pedindo prazo para assinar o contrato porque ele precisa ser aprovado pelo Congresso".
O deputado federal Mendonça Filho (União Brasil-PE) é o autor da proposta, aprovada pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) nesta quarta (4). Companhias do porte de Embraer, WEB, Tupy, Moura e Marcopolo estão entre as instituições contrárias ao projeto.
"Não há país em que as exportações não sejam financiadas", disse Gordon. "Na China e na Coreia do Sul, o peso do setor público nesse tipo de operação é de 20% [do volume exportado]. Na Índia, é mais ou menos 10%. Aqui é menos de 0,5% [porque há contratos vigentes]".
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