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      Dívida pública federal sobe 3,3% em fevereiro com custo mais alto sob impacto da Selic em elevação

      O Tesouro destacou que fevereiro foi marcado por uma elevação nos juros futuros no Brasil

      Moedas de reais (Foto: Reuters/Bruno Domingos)
      Leonardo Sobreira avatar
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      BRASÍLIA (Reuters) - A dívida pública federal subiu 3,30% em fevereiro ante janeiro, para R$7,492 trilhões, informou o Tesouro Nacional nesta sexta-feira, registrando também uma elevação do custo dos títulos públicos, sob impacto do ciclo de aperto monetário promovido pelo Banco Central para conter a inflação.

      No período, a dívida pública mobiliária federal interna (DPMFi) somou R$7,178 trilhões, com alta de 3,26%. A dívida pública federal externa (DPFe) atingiu 314 bilhões de reais, com elevação de 4,15%, impactada por uma emissão externa que somou R$2,5 bi.

      Contribuíram para a elevação da dívida pública no mês passado uma emissão líquida de R$165,7 bilhões, com volume nominal emitido pelo Tesouro batendo recorde da série histórica iniciada em 2006, e uma incorporação de juros no valor de R$73,7 bilhões.

      O Tesouro destacou que fevereiro foi marcado por uma elevação nos juros futuros no Brasil em função de incertezas geopolíticas e expectativas relacionadas à taxa Selic.

      Segundo os dados da pasta, o custo médio do estoque da dívida pública federal acumulado em 12 meses teve uma elevação no mês passado, passando de 11,40% ao ano em janeiro para 11,57%.

      "Esse indicador faz a cobertura de 12 meses, então está incorporando este ciclo de aumento atual da Selic e reduzindo a participação do ciclo de flexibilização que a gente teve no ano passado", disse o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Helano Borges Dias.

      O custo médio das novas emissões de títulos da dívida interna, por sua vez, subiu de 11,36% para 11,92% ao ano, com o aperto monetário em curso no país encarecendo os títulos atrelados à Selic, que representam 47,8% do estoque.

      "Esse indicador realmente reflete mais o movimento recente da Selic", acrescentou Dias.

      Na semana passada, o Banco Central elevou a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, a 14,25% ao ano, prevendo um aumento de menor magnitude em maio. A autarquia deixou os passos seguintes em aberto.

      Em relação ao perfil de vencimentos da dívida pública, o Tesouro informou que o prazo médio do estoque passou de 4,11 anos para 4,08 anos em fevereiro.

      A reserva de liquidez, por sua vez, passou de R$744 bilhões em janeiro para R$889 bilhões em fevereiro. O valor é suficiente para quitar 6,66 meses de vencimentos de títulos, contra 6,72 registrados em janeiro.

      Em relação ao mês de março, o Tesouro apontou que incertezas sobre o impacto da política tarifária na economia dos Estados Unidos e a perspectiva de redução no ritmo de corte de juros por parte do Fed em 2025 impactaram países emergentes, com aumento dos prêmios de risco.

      Em março, segundo a pasta, os juros futuros no Brasil caíram em função da reprecificação referente à trajetória da taxa Selic.

      De acordo com Dias, este mês registrou volume expressivo de emissões, de aproximadamente R$120 bilhões, com os títulos prefixados superando 50% do volume emitido.

      Segundo ele, a qualidade das emissões tem melhorado, com aumento dos títulos prefixados e lançamentos de títulos com prazos de vencimento acima de cinco anos.

      (Por Bernardo Caram)

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