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    Dólar avança mais de 1% após influência da China e da expectativa por medidas fiscais no Brasil

    A moeda norte-americana subiu ante o real durante todo o dia, sustentada por fatores externos e internos

    Reservas em dólares aumentaram (Foto: Kim Hong Ji - Reuters)

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    Por Fabricio de Castro

    SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou a sexta-feira em alta firme ante o real, chegando a se aproximar dos 5,80 reais durante o dia, em meio à decepção do mercado com estímulos econômicos da China e à demora do governo Lula em apresentar o pacote de medidas fiscais.

    No exterior o dia também foi de alta forte do dólar ante as demais moedas, em reação à China e ainda sob o efeito da vitória do republicano Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos.

    O dólar à vista fechou o dia em alta de 1,09%, cotado a 5,7376 reais. Na semana, no entanto, a divisa acumulou baixa de 2,25% em função dos recuos nas sessões anteriores.

    Às 17h11, na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,65%, a 5,7470 reais na venda.

    A moeda norte-americana subiu ante o real durante todo o dia, sustentada por fatores externos e internos, entre eles a frustração do mercado com as medidas de estímulo econômico da China.

    Autoridades chinesas disseram que permitirão que os governos locais emitam 6 trilhões de iuanes (838,77 bilhões de dólares) em títulos para trocar por dívidas fora do balanço, ou "ocultas", ao longo de três anos. Investidores pareceram desapontados com o tamanho do plano, o que ajudou a sustentar a alta do dólar ante o real no Brasil.

    “Sabemos que isso (a decepção com a China) acaba afetando moedas de países exportadores de commodities, como o Brasil”, comentou Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos, acrescentando que a demora do governo Lula em apresentar medidas de contenção de despesas também impulsionava as cotações.

    A reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com ministros para discutir o pacote de contenção de despesas foi encerrada na quinta-feira e retomada na tarde desta sexta-feira, ainda sem previsão de divulgação de medidas.

    “Acho que o governo está esperando dar uma acalmada no ‘efeito Trump’ sobre o mercado, para o pacote do Brasil causar o efeito que eles precisam que cause”, opinou Avallone.

    De fato, nesta sexta-feira o efeito da vitória de Trump na corrida presidencial dos Estados Unidos continuou a impulsionar o dólar ao redor do mundo: a moeda norte-americana subia ante praticamente todas as demais divisas. Às 17h10, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,58%, a 105,020.

    Neste cenário, após marcar a cotação mínima de 5,6929 reais (+0,30%) às 9h00, na abertura dos negócios, o dólar à vista saltou para a máxima de 5,7916 reais (+2,04%) às 14h02. Depois disso, desacelerou um pouco, mas ainda se manteve em patamares elevados.

    Pela manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,56% em outubro, depois de avançar 0,44% em setembro. O resultado ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters, de 0,53% para o mês.

    Nos 12 meses até outubro, o IPCA acumulou alta de 4,76% -- um percentual já acima do teto da meta de inflação perseguida pelo Banco Central.

    No fim da manhã o BC vendeu 14.000 contratos de swap cambial tradicional em leilão para rolagem do vencimento de 2 de dezembro de 2024.

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