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    Dólar passa a cair forte nesta sexta após dados de emprego nos EUA abaixo das projeções

    Divisa americana vem de forte tombo também na véspera

    (Foto: Valter Campanato / Agência Brasil)

    Por Felipe Moreira, Infomoney - O dólar opera com forte baixa de cerca de 1% e vai a R$ 5,06 nesta sexta-feira (2), após os dados do relatório de emprego dos EUA de abril.  A criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos desacelerou mais do que o esperado no mês passado e os ganhos salariais anuais arrefeceram.

    A economia norte-americana abriu 175.000 vagas fora do setor agrícola no mês passado, informou o Departamento do Trabalho em seu relatório de emprego nesta sexta-feira. Os dados de março foram revisados para cima, mostrando abertura de 315.000 empregos, em vez de 303.000 conforme informado anteriormente. Economistas consultados pela Reuters previam abertura de 243.000 vagas, com as estimativas variando de 150.000 a 280.000.

    Na véspera, a moeda americana já havia registrado o maior do tombo percentual em um único dia desde 23 de agosto do ano passado.

    Qual a cotação do dólar hoje? - Às 9h52, o dólar à vista tinha queda de 1%, a R$ 5,062 na compra e R$ 5,063 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caia 0,97%, equivalente a 5.077 pontos.

    Dólar comercial:

    • Venda: R$ 5,063
    • Compra: R$ 5,062

    Dólar turismo:

    • Venda: R$ 5,29
    • Compra: R$ 5,11

    O que acontece com o dólar hoje? - O dólar tem forte queda após os dados de emprego abaixo do esperado nos EUA, ressuscitando esperanças de um afrouxamento monetário mais extenso pelo Federal Reserve.

    Esse movimento estava em linha com a queda de cerca de 0,6% do índice do dólar frente a uma cesta de pares fortes, depois que a criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos desacelerou bem mais do que o esperado em abril e os ganhos salariais anuais arrefeceram.

    “A semana certamente está terminando de forma mais construtiva do que começou, com os mercados avaliando positivamente tanto as comunicações do Fomc como o pacote de dados do mercado de trabalho”, avaliou Danilo Igliori economista-chefe da Nomad. “O mês está só no início, mas é possível que maio traga outra reviravolta nas expectativas sobre a trajetória de juros nos EUA, dessa vez para o lado positivo.”

    Na esteira dos dados, operadores elevaram as apostas de que o Federal Reserve realizará seu primeiro corte na taxa de juros em setembro, com parte dos mercados que via esse movimento apenas a partir de novembro antecipando suas projeções.

    Probabilidades implícitas em contratos futuros de juros apontam agora para uma probabilidade de cerca de 78% de um corte nos juros na reunião do banco central dos EUA em meados de setembro, acima dos 63% registrados antes do relatório. Os operadores também estão agora precificando dois cortes de 25 pontos-base pelo Fed este ano, em comparação com um esperado antes da divulgação dos dados.

    Nesta semana, as autoridades do Fed decidiram na quarta-feira por unanimidade manter a taxa de juros na faixa de 5,25% a 5,5% em que está desde julho. E, embora o chair do Fed, Jerome Powell, tenha indicado que a inflação elevada pode atrasar o esperado corte de juros, ele se recusou a referendar discussões de que a taxa poderia na verdade ser elevada de novo.

    Quanto mais o banco central dos EUA cortar os juros, pior para o dólar, que se torna comparativamente menos interessante quando os rendimentos dos títulos do governo dos EUA diminuem. No Brasil, o Banco Central se reunirá na semana que vem para definir a política monetária, em meio a expectativa considerável nos mercados de que a incerteza elevada possa levar a autarquia a desacelerar o ritmo de corte da Selic.

    Rafaela Vitoria, economista-chefe do banco Inter, escreveu que os dados de emprego dos EUA desta sexta-feira significam que um corte de 0,50 ponto percentual pelo BC “continua na mesa”, embora probabilidades implícitas em contratos futuros de juros calculem cerca de 80% de chance de redução de apenas 0,25 ponto.

    (Com Reuters)

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