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    Economistas de mercado já falam em economia superaquecida para cobrar alta da taxa de juros

    PIB brasileiro deve crescer 3% neste ano, com inflação controlada

    Fernando Haddad (à esq.) e Roberto Campos Neto (Foto: ABR)

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    247 – Em vez de comemorar os bons resultados da economia brasileira, o mercado financeiro já pressiona pela alta da taxa de juros básicos. Fernando Genta, economista-chefe da XP Asset, defendeu uma elevação na taxa Selic, citando uma economia superaquecida como justificativa durante sua participação no podcast Stock Pickers na última quinta-feira, segundo reporta o site Infomoney. Contudo, essa posição levanta questionamentos, considerando que os dados atuais mostram uma inflação controlada no Brasil, sem sinais claros de aumento significativo.

    Genta apontou para um mercado de trabalho robusto e um crescimento do PIB estimado em torno de 3% como indicativos de uma economia em aceleração. Além disso, destacou um aumento na massa salarial e no salário real, fatores que, em sua visão, poderiam pressionar a inflação para cima. No entanto, essas observações parecem ignorar que a taxa de inflação tem se mantido dentro das metas estabelecidas pelo próprio Banco Central, sem os picos preocupantes que normalmente acompanhariam uma economia verdadeiramente superaquecida.

    Dados recentes do Banco Central do Brasil fortalecem a ideia de que a economia está crescendo, mas não necessariamente superaquecendo. O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) cresceu 1,40% em junho, bem acima do consenso LSEG de analistas, que esperavam uma alta de 0,50%. Em relação a junho do ano passado, o indicador avançou 3,2%, e acumula uma expansão de 2,1% no ano, indicando um crescimento consistente, porém controlado.

    Além disso, a projeção de Genta sobre a liderança de Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do BC, sugere uma mudança iminente na presidência do Banco Central que traria uma nova direção à política monetária. Porém, é questionável se essa é uma reação necessária ou apenas uma medida preventiva que poderia, paradoxalmente, desestabilizar a economia.

    Os mercados financeiros já refletem expectativas de ajuste na política monetária, mas é essencial considerar se essas expectativas são baseadas em análises fundamentadas ou em pressões de mercado.

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