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    Enquadrar fiscal é parte mais difícil da economia atual, diz Campos Neto

    "A parte fiscal tem sido relevante e tem influenciado expectativas de inflação e a curva de juros futuros", afirmou

    Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante evento ReutersNEXT Newsmaker, em Nova York 09/11/2023 REUTERS/Brendan McDermid (Foto: REUTERS/Brendan McDermid)

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    BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira que "enquadrar" a questão fiscal é a parte mais difícil da economia brasileira no momento, conforme as despesas continuam a subir acima das receitas.

    Em evento promovido pela CNN Brasil, ele citou os efeitos da questão fiscal sobre as expectativas e sobre os preços de ativos.

    "A parte fiscal tem sido relevante e tem influenciado expectativas de inflação e a curva de juros futuros", comentou Campos Neto. "Parte mais difícil da economia brasileira é enquadrar o fiscal hoje. A despesa continua subindo acima da receita", acrescentou.

    De fato, um dos motivos que vem sendo apontado pelos economistas do mercado para a elevação das expectativas de inflação é o receio em torno da capacidade do governo em equilibrar as contas. Na curva a termo brasileira, alguns vértices voltaram a indicar nesta quinta-feira taxas na faixa de 11,8%, incorporando prêmios, entre outros motivos, em função do cenário fiscal.

    "A expectativa de inflação desancorou bastante", disse Campos Neto, acrescentando que movimentos "rápidos" de ancoragem de inflação estão relacionados à melhora da perspectiva na área fiscal.

    No evento, Campos Neto disse que há também uma preocupação sobre se o crescimento atual da massa salarial representa risco inflacionário ou não.

    Recentemente, o mercado de trabalho aquecido vem sendo citado pelo BC como um risco altista para a inflação.

    Em sua apresentação no evento, Campos Neto não abordou o mercado de câmbio brasileiro.

    Na noite desta quinta-feira, antes de Campos Neto começar a falar, o BC anunciou que vai realizar leilão de até 1,5 bilhão de dólares no mercado à vista de câmbio na sexta-feira, das 9h30 às 9h35. A oferta surge após quatro dias de forte alta do dólar à vista: a moeda norte-americana subiu 1,19% nesta quinta-feira, para 5,6227 reais, acumulando elevação de 2,61% nas últimas quatro sessões.

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