Enquanto reduz salários de funcionários, Eletrobras aprova pagamento de R$ 83 mi a executivos

247 - Em meio a um cenário de cortes salariais para seus funcionários, a Eletrobras aprovou o pagamento de até R$ 83 milhões para sua cúpula executiva em sua última assembleia de acionistas, informa a coluna Painel S.A, da Folha de S. Paulo. Este montante contrasta drasticamente com os meros R$ 10,9 milhões aprovados no ano de sua privatização, em 2022.

O anúncio ocorre em meio à tentativa da empresa de reduzir em 12,5% os salários de seus colaboradores. 

Além disso, representantes de estatais e fundos de pensão expressaram sua insatisfação com a forma como foram tratados durante a assembleia de acionistas. O agrupamento de todos os acionistas públicos em um bloco único, privando-os do direito de voto individual..

Entre os insatisfeitos estão nomes de peso como Previ e Petros, além do BNDES e do FND. O cerceamento do direito de voto levou essas instituições a exigirem que suas contestações fossem registradas em ata, ressaltando a inaceitabilidade de serem tratadas como extensões do governo.

Essas tensões são exacerbadas pelo contexto das negociações em curso entre a empresa e o governo, visando evitar uma possível ação judicial sobre a participação acionária da União na Eletrobras. Em meio a essas discussões, a distribuição desigual de dividendos também desperta críticas, com "acionistas públicos" questionando a disparidade entre os valores destinados à União e aos "acionistas privados".

A União, maior acionista isolada da Eletrobras, receberá R$ 267 milhões, enquanto o 3G Radar e Geração Futura "receberão R$ 55 milhões e R$ 43 milhões, respectivamente, somente por suas ações preferenciais. Ambos possuem menos de 0,1% de ações com voto e recebem sua maior parte por ações preferenciais", diz a reportagem da Folha.