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    CNE: Eletrobras viola acordo ao mudar plano de saúde para funcionários

    Diversos benefícios não serão cobertos pelas novas operadoras, com o objetivo de aumentar ainda mais os retornos dos acionistas privados

    Eletrobras (Foto: Reuters / Pilar Olivares)

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    247 - A Eletrobras, privatizada pelo governo de Jair Bolsonaro, anunciou uma mudança no plano de saúde dos seus trabalhadores ativos e aposentados, migrando da autogestão para operadoras de mercado como Bradesco e Unimed. Esta decisão já está causando preocupações significativas, visto que muitos trabalhadores e seus dependentes poderão ficar sem assistência médica e odontológica, especialmente em áreas onde estas novas operadoras não têm rede credenciada, segundo informou o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) em boletim divulgado nesta segunda-feira (6). 

    Além disso, a migração está sendo criticada por violar o Acordo Coletivo de Trabalho, que prevê que mudanças no plano de saúde devem ser acompanhadas por uma Comissão Paritária Permanente de Saúde, algo que não foi respeitado. Esta ação unilateral da Eletrobras pode deixar os aposentados sem cobertura de saúde em um futuro próximo, aumentando a pressão sobre o sistema público (SUS), já que planos de mercado raramente aceitam idosos ou pessoas com condições preexistentes sem custos proibitivos.

    Outros benefícios atualmente oferecidos pelas autogestões, como reembolsos para óculos, medicamentos e cuidados especiais, não serão cobertos pelas novas operadoras, que terão esses serviços geridos por uma terceira empresa, aumentando os custos para os empregados. O clima organizacional, já classificado como péssimo em uma pesquisa do CNE, só tende a piorar com essa mudança, que também ameaça a continuidade do tratamento para pacientes com doenças graves ou de alta complexidade, já que muitos médicos atuais não são credenciados com Bradesco ou Unimed.

    Diante dessa situação, o CNE está tomando medidas legais para contestar a mudança e proteger os interesses dos trabalhadores, defendendo a manutenção do modelo de autogestão, que não visa lucro e historicamente apresenta reajustes mais moderados em comparação com operadoras comerciais.

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