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Fenae alerta para possível perda de bilhões com transferência das loterias: 'privatização disfarçada'

Em 2023, R$ 9,2 bilhões da arrecadação das loterias foram destinados a financiar setores como saúde, educação, segurança pública, esporte e cultura

Casa lotérica (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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247 - A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) vem se mobilizando contra a proposta de transferência da gestão das loterias da Caixa para uma empresa subsidiária. Segundo a Fenae, esta medida pode representar uma ameaça de "privatização disfarçada", colocando em risco bilhões de reais atualmente destinados a políticas sociais.

O alerta da Fenae surge em um contexto no qual o Conselho de Administração da Caixa pautou a votação dessa transferência para a próxima segunda-feira (15). Sergio Takemoto, presidente da Fenae, argumenta que essa mudança prejudicaria não apenas os empregados do banco, mas toda a sociedade, especialmente as áreas beneficiadas pela arrecadação dos jogos de loteria.

Em 2023, a arrecadação das loterias foi de R$ 23,4 bilhões, dos quais cerca de R$ 9,2 bilhões foram destinados a financiar setores como saúde, educação, segurança pública, esporte e cultura. Estes recursos são essenciais para a manutenção de programas sociais importantes, como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

"Transferir as operações para uma subsidiária é abrir as portas para a privatização e colocar em risco o destino desses recursos. Se privatizadas, essa soma bilionária, atualmente revertida em benefício da sociedade, será desviada para lucro de empresários", alerta Takemoto. Ele acrescenta que a transferência comprometeria o acesso da população a oportunidades de educação e desenvolvimento.

A Fenae tem sido vocal na sua oposição a essa medida desde que a discussão veio à tona, tendo inclusive realizado uma manifestação em frente à matriz do banco em 18 de março. Além disso, a federação enviou um ofício ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, expressando sua preocupação com a mudança proposta.

Em um esforço para ampliar o debate sobre o tema, a Fenae também conseguiu a realização de uma audiência pública no Congresso Nacional em 3 de abril, com participação dos deputados Erika Kokay (PT-DF) e Tadeu Veneri (PT-PR), para discutir a questão.

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