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Força de trabalho e população ocupada alcançam maiores níveis no Brasil desde 2012

Boletim do Ipea aponta queda na taxa de desocupação e crescimento real de 5,8% na renda média dos trabalhadores

Lula e o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, no Palácio do Planalto (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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247 - O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou, nesta quarta-feira (9), a 78ª edição do Boletim de Mercado de Trabalho: Conjuntura e Análise (BMT), apresentando dados atualizados até o segundo trimestre de 2024. De acordo com o estudo, o Brasil registrou um crescimento significativo na força de trabalho, que atingiu 109,4 milhões de pessoas, e na população ocupada, que chegou a 101,8 milhões, representando os maiores números desde o início da série histórica da PNAD Contínua, em 2012.

Segundo o relatório, houve um aumento de 1,7% na força de trabalho e de 3% na quantidade de pessoas ocupadas quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Além disso, o emprego formal também mostrou evolução, com uma alta de 4% em relação ao segundo trimestre de 2023, conforme apontam os dados da PNAD Contínua. O Novo Caged, por sua vez, registrou a criação de 1,7 milhão de novas vagas com carteira assinada, o que representa um aumento de 3,8%, consolidando a tendência de crescimento no emprego formal.

Desocupação em queda - A taxa de desocupação caiu para 6,9%, o menor índice desde o quarto trimestre de 2014. A redução foi significativa em várias categorias, indicando uma diminuição nas desigualdades entre os grupos, exceto no recorte por gênero. A taxa de desemprego de longo prazo recuou em 1,5 ponto percentual, enquanto o número de desalentados também apresentou ligeira queda de 0,4 ponto percentual.

Setores econômicos e renda média - Entre os setores que mais cresceram no período, destacam-se os de transporte e informática, ambos com um aumento de 7,5%, seguidos pelos serviços pessoais, que registraram alta de 5,7%. No entanto, a agropecuária apresentou uma queda de 3,8%, marcando sua nona redução consecutiva na população ocupada. Os serviços domésticos (-3,3%) e o setor de utilidade pública (-0,1%) também registraram retrações.

A renda média dos trabalhadores teve um crescimento real de 5,8% no segundo trimestre de 2024, em comparação com o mesmo período do ano anterior, atingindo R$ 3.214. A massa salarial real também registrou um aumento expressivo de 9,2%, totalizando R$ 322,6 bilhões — um acréscimo de R$ 27 bilhões em relação ao mesmo período de 2023.

Desafios para o mercado de trabalho - Apesar dos resultados positivos, o Ipea aponta desafios persistentes no mercado de trabalho. A estabilidade nas taxas de subocupação e de participação da força de trabalho nos últimos trimestres é motivo de preocupação, com 66,7 milhões de pessoas ainda fora da força de trabalho. Desse total, 3,2 milhões estão desalentadas, ou seja, desistiram de procurar emprego, o que, para os pesquisadores, é um grupo prioritário para reintegração.

Outro desafio é a inclusão produtiva no setor agropecuário, que vem perdendo força de trabalho continuamente. A informalidade ainda é um problema crítico, afetando trabalhadores que ficam desprotegidos sem direitos sociais e trabalhistas. Desigualdades regionais e por características como gênero, raça, idade e nível de escolaridade também persistem, refletindo na renda média e nas oportunidades de emprego.

Análises adicionais do boletim - O boletim traz ainda seções técnicas como "Notas Técnicas", "Política em Foco" e "Economia Solidária e Políticas Públicas". Um dos destaques é a análise sobre os "empregos verdes" no Brasil, que representam 17% das ocupações, mantendo-se estáveis entre 2012 e 2022. Outra questão abordada é a inserção de refugiados no mercado de trabalho, que, apesar das facilidades na obtenção de permissões, enfrentam dificuldades para se qualificar no mercado formal.

A seção especial sobre o G20 aborda temas discutidos durante a presidência do Brasil no fórum, como equidade de gênero e raça, o impacto da inteligência artificial no mercado de trabalho e a linguagem utilizada em anúncios de emprego, que pode influenciar as decisões das mulheres sobre participação e progressão na carreira.

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