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FUP espera que Petrobras anuncie em breve recompra de refinaria da Bahia

Refinaria de Mataripe, conhecida como Refinaria Landulpho Alves (Rlam), foi vendida ao grupo árabe Mubadala Capital pelo governo Jair Bolsonaro

Refinaria de Mataripe, antiga Landulpho Alves (Rlam) (Foto: Saulo Cruz/MME)

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247 - A Federação Única dos Petroleiros (FUP) espera que a Petrobras anuncie em breve a retomada do controle da refinaria de Mataripe, na Bahia, anteriormente conhecida como Refinaria Landulpho Alves (Rlam), que hoje pertence ao grupo árabe Mubadala Capital. Nesta sexta-feira (26), a estatal brasileira concluiu a due diligence, que analisou aspectos financeiros, operacionais, jurídicos e regulatórios essenciais para a empresa, que foi privatizada em 2021. 

Segundo a FUP,  a expectativa é que a recompra da refinaria seja anunciada em breve, com uma oferta vinculante para transferir integralmente o controle da unidade, que tem capacidade de produção de 377 mil barris/dia e abastece a Bahia, além de outros estados do Nordeste e Minas Gerais. O valor da recompra ainda está em negociação, considerando a transferência de 100% do controle.

“A refinaria foi vendida a preço de banana, por apenas US$1,65 bilhão, embora a precificação de mercado indicasse, na época, que a refinaria valia cerca de US$ 4 bilhões”, disse o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, citando estudos do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep).

Após a venda, a unidade, operada pela Acelen, passou a cobrar o segundo maior preço de gás de cozinha e combustíveis do país, atrás apenas da refinaria do Amazonas, também privatizada em 2022.

A Refinaria Isaac Sabbá (Reman), agora Ream, também foi vendida a um preço baixo no final do governo Bolsonaro. O valor anunciado foi de US$ 189,5 milhões, mas subiu para US$ 257,2 milhões até a conclusão da venda ao grupo Atem. A privatização foi criticada como apressada e prejudicial ao patrimônio público.

Desde a privatização, a refinaria parou de produzir, operando apenas como apoio logístico para distribuição de derivados importados. A Atem alega que uma manutenção intensiva paralisou temporariamente as atividades de refino, mas Marcus Ribeiro, coordenador-geral do Sindipetro-AM, contesta a justificativa, mencionando demissões em vez de contratações necessárias para manutenção.

O Sindipetro entrou com ação civil contra a Atem por falta de transparência sobre a produção de combustíveis. A ANP também abriu um processo de infração.Nesta linha, Bacelar afirma que as compras das refinarias sob a promessa de preços menores e maior concorrência resultaram em reserva de mercado e demanda por petróleo subsidiado da Petrobrás.

Segundo a ANP e o Ineep, o Amazonas continua com os preços mais altos de combustíveis do Brasil. Na semana de 7 a 14 de julho, a Ream aumentou o preço da gasolina em 6,97%, bem acima do reajuste nacional de 2,68%. Em 15 de julho, os preços da gasolina na Ream e Acelen eram R$ 3,46 e R$ 3,18 por litro, respectivamente, enquanto na Petrobrás era R$ 3,04.

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