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    "Galípolo vai entrar no Banco Central com a cabeça no câmbio", aposta Lindbergh

    O deputado Lindbergh Farias sinaliza apoio ao novo presidente do BC e destaca prioridades econômicas diante da atual conjuntura

    Gabriel Galípolo (menor destaque) e Lindbergh farias (Foto: Fabio Pozzebom / Agência Brasil I Agência Câmara)
    Redação Brasil 247 avatar
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    247 – Demonstrando maior confiança na nova liderança da autoridade monetária, Lindbergh Farias, deputado pelo PT pelo Rio de Janeiro e futuro líder do partido na Câmara a partir do próximo ano, anunciou uma mudança na posição do PT em relação ao Banco Central (BC). Conforme reportagem do Valor, Farias declarou que o partido apoia Gabriel Galípolo, o novo presidente do BC, mesmo que isso signifique tolerar temporariamente a orientação da autoridade monetária de elevar a taxa básica de juros.“Galípolo vai entrar no Banco Central com a cabeça no câmbio”, afirmou Lindbergh em entrevista exclusiva ao Valor. Ele explicou que a escolha de Galípolo por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva “muda completamente o nosso posicionamento”. O deputado detalhou: “Para mim está muito claro que ele primeiro se ocupará de estabilizar o câmbio e, em um segundo momento, deve haver a preocupação em desacelerar a economia com a taxa de juros”. O deputado enfatizou ainda: “A gente entende que ele entra primeiro com a cabeça no câmbio”.

    Durante 2023 e 2024, Lindbergh Farias foi um dos mais vocais críticos do PT em relação à equipe econômica e ao Banco Central, que até recentemente era liderado por Roberto Campos Neto, indicado por Jair Bolsonaro. A decisão unânime do BC de aumentar a taxa básica da Selic em um ponto percentual, incluindo a aprovação de Galípolo na última reunião do Copom em 11 de dezembro, gerou forte oposição por parte de Farias. Na ocasião, ele expressou sua indignação nas redes sociais com um vídeo onde afirmava: “Isso é um escândalo” e “eu estou indignado!”.

    Contudo, com a nomeação de Galípolo, Farias adota uma postura mais conciliadora. Ele acredita que Galípolo, que colaborou na campanha presidencial de Lula em 2022 e possui vasta experiência no mercado financeiro como ex-CEO do Banco Fator, conduzirá uma gestão alinhada ao governo. “Galípolo não é da turma da Faria Lima, onde há contaminação política e quase todo mundo é de oposição. Ele tem como começar a construir expectativas para um ajuste na política de juros”, afirmou o deputado.

    Lindbergh também enfatizou a importância da política cambial para a população, especialmente no combate à inflação de alimentos e na manutenção da popularidade do governo. Com o dólar cotado a R$ 6,07 após atingir R$ 6,30 antes dos leilões da moeda americana pelo BC, ele comentou: “O dólar bate na carne, na inflação de alimentos, na popularidade. Essa é a questão central. Já está pegando”.

    Além de apoiar a nova liderança do BC, Lindbergh Farias demonstrou otimismo em relação ao recente pacote fiscal aprovado pelo Congresso, classificando-o como “um esforço fiscal grande, que, ao contrário do que o mercado diz, não é fraco”. Ele destacou que a alteração na política de valorização do salário mínimo representa metade do pacote, apesar das críticas de economistas e membros do Congresso que apontam a falta de cortes de gastos e ajustes mais profundos em programas sociais.

    O deputado também apontou para uma janela estratégica em 2025 para consolidar a candidatura de Lula à reeleição, destacando a vantagem de iniciar o ano com a oposição em posição defensiva devido ao inquérito contra Bolsonaro por golpismo. “O desafio é a economia”, disse Lindbergh, sugerindo que uma possível reforma ministerial poderia fortalecer a base política do governo para as próximas eleições. “Se a reforma ocorrer, deve estruturar um núcleo para a campanha. É natural que passados dois anos o presidente reorganize sua equipe, mas essa é uma decisão exclusivamente dele”, acrescentou.

    Para concluir, Lindbergh Farias afirmou que “Lula é o Plano A, B e C”, mencionando como opções para 2030 os nomes do ministro da Educação, Camilo Santana, e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Essa declaração indica uma estratégia de continuidade e adaptação dentro do governo, visando garantir estabilidade e alinhamento político nas futuras gestões.

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