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    Gleisi critica alta dos juros: 'não há só inflação de demanda'

    A ministra disse que a inflação não está “absurdamente estourada” no Brasil

    Gleisi Hoffmann (Foto: Gil Ferreira / Divulgação)
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    247 - A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta sexta-feira (21) que a meta de inflação é “justa” e não está “absurdamente estourada”. A titular da SRI fez o comentário após o Comitê de Política Monetária (Copom), ligado ao Banco Central, aumentar em 1 ponto percentual a taxa básica de juros (Selic), que foi a 14,25%.

    “Não acredito que seja só a política de juros que vai resolver isso (alta dos preços). Não é inflação só de demanda. A gente tem a alta sazonal do preço dos alimentos e de outros itens por fatores que a gente não controla. [Como] o clima, as mudanças climáticas, as crises climáticas”, disse Gleisi em entrevista à CNN.

    “Acho que a gente tem meta de inflação bem justa, de 3% com as bandas. Não acho que seja o caso de fazer essa discussão de mudança e também não acho que a inflação, mesmo estando acima da banda da meta, esteja absurdamente estourada”, acrescentou.

    De acordo com a ministra, “o Brasil está indo bem na economia, está crescendo mais de 3%”. “O Brasil está gerando emprego, com renda melhor, com as contas em ordem. Ou seja, a gente tem condição de ter uma situação melhor na política monetária”, disse.

    O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) está em 4,96% nos últimos 12 meses, acima da meta de 3,00% ao ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual (até 4,50%).

    Se os juros aumentam, o crédito fica mais caro e as pessoas têm menos dinheiro para consumir. Neste cenário, os preços precisam ficar estagnados ou baixar. Conforme analistas, a alta dos juros funciona para conter inflação de demanda - é quando existe um aumento de preços em consequência de uma alta procura por algum produto ou serviço, mas essa busca que as pessoas fazem não é correspondida pela produção. Neste caso, a demanda é maior do que a oferta.

    Uma parte dos especialistas também pondera que a alta da Selic é uma medida “paliativa” quando se trata de outros tipos de inflação que, em tese, já são administradas por governo, organizações empresariais ou fatores estruturais.

    Além do custo de demanda, outro tipo de inflação é a inflação de oferta, quando é identificada uma alta nos custos de produção. Também existe a inflação estrutural, problemas na infraestrutura do país que podem prejudicar a produção, e subir os preços de bens ou serviços prestados.

    As próximas reuniões do Copom para definir a nova taxa de juros foram marcadas para acontecer nos dias 6 e 7 de maio de 2025.

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