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    Gleisi Hoffmann critica editorial da Folha e expõe contradições sobre juros altos no Brasil

    Presidente do PT rebate jornal por culpar o governo Lula pelos impactos da política monetária do Banco Central “autônomo”

    Gleisi Hoffmann, Lula e Roberto Campos Neto (Foto: Gustavo Bezerra | Reuters | Marcelo Camargo/Agência Brasil | José Cruz/Agência Brasil)

    247 – A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, utilizou sua conta no X (antigo Twitter) neste domingo para criticar duramente o editorial da Folha de S.Paulo. Em uma postagem incisiva, Gleisi apontou contradições no texto que, segundo ela, descreve os graves efeitos econômicos dos juros elevados, mas atribui a culpa ao governo federal, ignorando o papel do Banco Central “autônomo” na definição dessa política.

    “O editorial da Folha consegue a proeza de descrever as grandes mazelas que os juros estratosféricos causam ao país para apontar como culpado o governo, e não a política suicida do BC ‘autônomo’, a serviço do sistema financeiro e dos especuladores. Se ‘ninguém gosta de juros altos’, como diz o jornal, por que passaram o tempo todo defendendo o bolsonarista Campos Neto e atacando Lula sempre que ele criticou essa política equivocada?”, questionou Gleisi.

    A crítica ao Banco Central e à autonomia monetária

    O editorial em questão argumenta que os juros altos dificultam o crescimento econômico e aumentam a dívida pública, mas, em uma abordagem que Gleisi classificou como parcial, omite o fato de que a taxa básica de juros é definida de forma independente pelo Banco Central. Atualmente, o Brasil mantém uma das maiores taxas reais de juros do mundo, em torno de 7,5%, o que, para Gleisi, reflete uma decisão “política” e não “técnica” do BC.

    “Se são os juros que fazem a trajetória da dívida explodir, e se manter a atual taxa não vai trazer investimentos de volta, errado é mantê-la”, argumentou Gleisi, reforçando que a política monetária beneficia setores específicos do mercado financeiro enquanto penaliza a população mais vulnerável. Para ela, o discurso que defende cortes de gastos públicos como solução é uma tentativa de transferir os custos dessa política para aposentados e usuários de serviços públicos essenciais.

    A contradição da mídia

    No cerne da crítica, Gleisi também ressaltou a postura dúbia da imprensa ao apoiar Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, indicado por Jair Bolsonaro. Segundo Gleisi, a mídia frequentemente criticou o governo Lula sempre que este questionou a política monetária, ao mesmo tempo em que blindava Campos Neto, responsável direto pela manutenção dos juros elevados.

    “O que querem é jogar essa conta nas costas dos aposentados e da população que precisa de políticas públicas, com o discursinho surrado do corte de gastos do governo”, escreveu. Confira:

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