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      Governo não pretende mudar política de meta fiscal e limite de gasto, diz Haddad

      Ministro da Fazenda também disse que não é fácil convencer as pessoas de que é preciso ter rigor nas contas púbicas

      Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Palácio do Planalto, em Brasília 12/03/2025 (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)
      Bianca Penteado avatar
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      SÃO PAULO (Reuters) - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira que o governo não pretende mudar o desenho atual do arcabouço fiscal, baseado em meta de resultado primário e limite de gastos.

      Em evento promovido pela Arko Advice e pela Galapagos Capital, em São Paulo, Haddad afirmou que o governo vai manter o curso da política econômica, buscando o cumprimento de metas fiscais e sem medidas "exóticas" com finalidade eleitoral.

      "Esse é o caminho, não vamos inventar nada. Não é do feitio do presidente Lula inventar nada exótico por razões eleitorais", disse.

      No evento, ele disse que o Brasil pode crescer próximo à média mundial sem gerar pressões inflacionárias.

      Sem dar detalhes, o ministro disse que “quando se faz ajuste super recessivo” isso acaba prejudicando a própria dívida pública, defendendo “moderação” no caminho para retomar resultados primários positivos.

      Haddad afirmou que a condução da política econômica pelo governo tem sido feita com seriedade, o que é importante par ancorar as expectativas de mercado.

      Em relação às surpresas positivas no mercado de trabalho, que mostra aquecimento, o ministro disse que os dados recentes são impulsionados por uma safra forte, que demanda contratações nas colheitas, transporte e outros pontos da cadeia produtiva.

      Nesta sexta-feira, dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego mostraram que o Brasil abriu 431.995 vagas formais de trabalho em fevereiro, maior resultado mensal da série histórica e muito além do esperado por economistas.

      Pela manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também havia apresentado dados fortes. A taxa de desemprego no país subiu a 6,8% no trimestre encerrando em fevereiro, ante 6,1% no trimestre imediatamente anterior, mas o número de trabalhadores com carteira assinada e o rendimento médio dos trabalhadores bateram recorde.

      DÓLAR E CENÁRIO EXTERNO

      No evento, Haddad também avaliou que o cenário externo está passando por uma trajetória que "não está clara", em meio à incerteza sobre as políticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas apontou que o Brasil tem capacidade de se beneficiar da situação.

      "Agora está mais complicado o mundo? Está, mas de repente no ano que vem não está tanto... O Brasil é um mundo de oportunidades. Não estamos em uma situação como outros países que não tem o que oferecer. O apetite de investimento é grande aqui", disse o ministro.

      Em outro ponto benéfico para o país, ele disse não conseguir enxergar um cenário em que a economia norte-americana atinja o equilíbrio sem uma desvalorização do dólar, o que poderia, em particular, facilitar o trabalho do Banco Central em sua busca da convergência da inflação à meta.

      "A desvalorização (do dólar) pode ser gradual ou um deslizamento... mesmo que os juros americanos não caiam tanto quanto o previsto. Se isso for verdade, vai avaliar para o Banco Central", apontou.

      Após uma disparada no fim do ano passado devido aos receios do mercado com o cenário fiscal, o dólar acumula uma perda de 6,74% ante o real em 2025, na esteira de um alívio no exterior em relação aos planos tarifários de Trump, mesmo que ainda haja grandes incertezas sobre como as medidas comerciais vão se desenrolar.

      (Por Fernando Cardoso e Bernardo Caram)

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