Haddad celebra perspectiva positiva da Moody's para o Brasil e acena ao Congresso
Ministro elogiou a atuação conjunta de Executivo, Judiciário e Legislativo
247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, celebrou nesta quarta-feira (1) a alteração da perspectiva do Brasil pela agência Moody's para "positiva", e aproveitou para acenar ao Congresso em meio às tensões com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
Haddad elogiou a atuação conjunta de Executivo, Judiciário e Legislativo e a competência das instituições em 'colocar os interesses do país acima' das divergências. Nas últimas semanas, Pacheco bateu de frente com o governo Lula contra a desoneração da folha de setores da economia e de municípios.
"A Moody’s acompanhou as outras agências de risco ao reconhecer a mudança para melhor das nossas perspectivas econômicas. Isso tem a ver com o trabalho conjunto dos três poderes, que colocaram os interesses do país acima de divergências superáveis. Mesmo com a deterioração momentânea da economia global, o Brasil caminha e recupera credibilidade econômica, social e ambiental. Temos muito a fazer!", escreveu o ministro em publicação nas redes sociais.
A Moody's reafirmou nesta quarta-feira a classificação de risco de crédito do Brasil em Ba2 e alterou a perspectiva do país de "estável" para "positiva", conforme comunicado da agência de rating.
No texto, a agência avaliou que as perspectivas de crescimento real (descontada a inflação) do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil são mais robustas do que nos anos pré-pandemia, "apoiadas pela implementação de reformas estruturais em múltiplas administrações, bem como pela presença de barreiras de proteção institucionais que reduzem a incerteza em torno da direção política futura".
Conforme a Moody's, a alteração da perspectiva para "positiva" é sustentada pela avaliação de que "um crescimento mais robusto, combinado com um progresso contínuo, embora gradual, em direção à consolidação fiscal, pode permitir a estabilização do peso da dívida do Brasil".
"A Moody's espera que o crescimento real do PIB fique em média em torno de 2% em 2024-25 e no médio prazo, bem acima da taxa média anual pré-pandemia de -0,5% observada em 2015-19", afirmou a agência.
"O crescimento mais robusto do PIB nos últimos anos e no curto e médio prazo é, em parte, o resultado de reformas estruturais implementadas ao longo de sucessivas administrações", acrescentou no comunicado.
No entanto, a agência pontuou que existem riscos para a execução, por parte do governo, da consolidação do orçamento.
Ao tratar da manutenção do rating Ba2, a Moody's citou a dívida ainda elevada do Brasil.
"A classificação Ba2 reflete uma solidez fiscal ainda relativamente fraca, dada a rigidez dos gastos do Brasil, o elevado peso da dívida e a fraca capacidade de pagamento da dívida, que permanece sensível a choques econômicos ou financeiros", afirmou a agência.
"A Moody's espera que o peso da dívida provavelmente aumente ligeiramente em 2024-25, antes de se estabilizar dentro de alguns anos", acrescentou.
Uma das principais agências globais de rating de crédito, a Moody’s mantém a classificação Ba2 para o Brasil desde fevereiro de 2016, o que coloca o país no grupo de “grau especulativo”. (Com informações da Reuters).
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