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    Ibovespa fecha pregão em baixa após influência do Fed

    Veja também os desempenhos da Vale, da Petrobras e de instituições bancárias

    Bolsa de Valores (Foto: Amanda Perobelli / Reuters)

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    Por InfoMoney - Após a eleição de Donald Trump na terça-feira (5) e alta da Selic ontem, esta quarta (6) foi dia do Federal Reserve decidir sobre sua taxa de juros, com mais um corte, dessa vez com 0,25 pp, na metade do que se viu em setembro. Nessa sopa toda de informações, o Ibovespa terminou com uma queda mais robusta do que ontem: 0,51%, aos 129.681,70 pontos, uma baixa de 659,22 pontos. Mas, ao contrário da sessão de ontem, a de hoje deixou um gosto mais amargo de derrota, afinal o IBOV chegou a sustentar alta consistente nas primeiras horas do pregão.

    O Fed optou por reduzir para 0,25 ponto percentual o ritmo de corte nas taxas de juros nos EUA, após ter iniciado o ciclo de flexibilização com uma redução de 0,50 p.p. em setembro. A taxa passa agora a oscilar dentro de uma banda entre 4,50% e 4,75%. Era um movimento esperado: “não trouxe surpresas”, disse Idean Alves, planejador financeiro e especialista em mercado de capitais. “O comunicado ainda reforçou que, apesar de a inflação ter caminhado para a meta de 2%, a taxa continua extremamente elevada e os membros estão atentos aos riscos”.

    Jerome Powell, presidente da autoridade monetária norte-americana, ainda minimizou os efeitos da eleição nos EUA nas decisões sobre juros. “Não sabemos qual será o momento e o teor de quaisquer mudanças na política. Portanto, não sabemos quais seriam os efeitos na economia”, desconversou. Mas disse que não sai do cargo por pressão: sem citar o nome do novo eleito para a Casa Branca, lembrou que legalmente não pode ser demitido pelo presidente.

    Dólar e Copom

    O movimento ajudou o dólar a desacelerar no Brasil. A moeda subia frente o real com uma certa consistência, até terminar praticamente estável, com alta de 0,02%, a R$ 5,67. Os juros futuros (DIs) terminaram o dia com quedas nos vértices mais longos.

    No Brasil, além da decisão de ontem do Copom de aumentar em 0,50 pp a Selic, algo também esperado, as conversas em Brasília sobre o quadro fiscal seguem. O ministro dos Transportes, Renan Filho, sugeriu a redução de 10% em benefícios fiscais de forma equânime para todos os setores. “Nessa hora de cortar gastos, todo mundo está mirando o corte de gastos sociais. Mas tem que dar um corte no andar de cima, alguma contribuição. São R$ 500 bilhões de incentivos fiscais”, afirmou. Enquanto não se chega a bom termo, os números do Tesouro Nacional vão chegando, ainda com déficit.

    Vale e Petrobras sobem, bancos pesam para baixo

    No campo das ações, os pesos-pesados do Ibovespa fizeram seu trabalho, embora insuficiente para salvar o dia do índice: Vale (VALE3) disparou 3,48%, em dia de forte alta no minério de ferro na China, país que parece estar mais preparado para a nova era Trump; e Petrobras (PETR4) avançou 0,31%, em dia de alta do petróleo internacional e no último pregão antes da divulgação do balanço do 3T24 – analistas creem que a petroleira não empolgará no trimestre.

    Após a forte alta de ontem, de quase 10%, por conta do balanço do 3T24 divulgado um dia antes, as ações da Gerdau subiram forte de novo: 2,71% (GGBR4) e 2,38% (GOAU4). Não foi regra para todos: outros nomes também tiveram bons desempenhos trimestrais, mas despencaram hoje, especialmente C&A (CEAB3), que perdeu 8,76%, em sessão que foi indigesta para o varejo, com Petz (PETZ3) desabando 14,53% e Lojas Renner (LREN3) caindo 3,32%.

    Além dos varejistas, quem pesou no IBOV hoje foram os grandes bancos. Não ficou um em pé: BB (BBAS3) desceu 0,42%, Bradesco (BBDC4) recuou 1,09%, Itaú Unibanco (ITUB4) desvalorizou 1,47% e Santander (SANB11) cedeu 0,33%.

    A semana mais atribulada do ano ainda não acabou. Ainda tem amanhã e essa sexta-feira traz o IPCA de outubro. Quem tinha fome de emoção, está saciado. (Fernando Augusto Lopes)

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