Índices de Nova York avançam com alívio em dados de inflação, mas cautela persiste

(Reuters) - As ações norte-americanas subiram moderadamente em meio a negociações voláteis nesta terça-feira, enquanto investidores avaliavam dados de inflação e aguardavam os balanços trimestrais para justificar as avaliações do mercado de ações e a força da economia dos EUA.

O mercado recebeu um impulso inicial após um relatório do Departamento do Trabalho mostrar que o índice de preços ao produtor subiu menos do que o esperado em dezembro. No entanto, o relatório não alterou as expectativas em relação à trajetória da política monetária do Federal Reserve para este ano.

Os ganhos iniciais se dissiparam, e os três principais índices chegaram a recuar brevemente, à medida que investidores aguardavam a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) na quarta-feira, que deve influenciar ainda mais as expectativas sobre a inflação e o Fed.

"Houve um rali de alívio no início, mas isso mostra que há um nível inerente de incerteza sobre para onde caminham as taxas de juros e as decisões do Fed", afirmou Chris Fasciano, estrategista-chefe de mercado da Commonwealth Financial Network.

"Agora vamos ver o que a manhã de amanhã nos reserva", acrescentou, referindo-se ao relatório do CPI.

O índice Dow Jones Industrial Average subiu 197,27 pontos, ou 0,47%, para 42.495,92 pontos. O S&P 500 avançou 17,16 pontos, ou 0,30%, para 5.853,64 pontos, enquanto o Nasdaq Composite ganhou 37,38 pontos, ou 0,20%, alcançando 19.125,48 pontos.

O mercado precifica cerca de 29 pontos-base em cortes de juros pelo Fed até o fim de 2025, segundo dados da LSEG, com a probabilidade de um corte de pelo menos 25 pontos-base não ultrapassando 50% até a reunião de junho.

A cautela dos investidores aumentou devido ao rendimento elevado dos títulos do Tesouro dos EUA, com o rendimento do título de referência de 10 anos em 4,797%, próximo ao maior nível em 14 meses.

Os balanços trimestrais começam nesta quarta-feira com os resultados de grandes bancos, que devem apresentar lucros mais robustos impulsionados por forte atividade de negociações e operações financeiras. O índice bancário do S&P 500 subiu 1,3%.

O S&P 500 está sendo negociado com avaliações acima da média histórica de longo prazo, e uma temporada de resultados decepcionante pode colocar em risco novos ganhos para as ações.

O setor de saúde foi o de pior desempenho entre os 11 principais setores do S&P, com as ações da Eli Lilly caindo 6,7% após a projeção de vendas do quarto trimestre do medicamento para perda de peso Zepbound ficar abaixo das estimativas.

O presidente do Federal Reserve de Kansas City, Jeff Schmid, afirmou que o impacto das políticas de Trump é uma "discussão ativa" no banco central e que haverá resposta caso as metas de inflação ou emprego sejam afetadas.

Após a alta no mercado de ações após as eleições nos EUA, os índices têm enfrentado dificuldades recentemente. O S&P 500 caiu em quatro das últimas cinco semanas, com a economia resiliente, a inflação persistente e os comentários de autoridades do Fed alimentando temores de que o banco central seja menos agressivo nos cortes de juros do que se previa.

Preocupações com possíveis tarifas da administração Trump, que poderiam intensificar a inflação, também persistem.

As ações da Boeing recuaram 2% após a fabricante de aviões registrar, em 2024, o menor número de entregas anuais desde a pandemia.

Na NYSE, o número de ações em alta superou as em queda por uma proporção de 2,9 para 1, enquanto no Nasdaq essa relação foi de 1,5 para 1.

O S&P 500 registrou oito novas máximas de 52 semanas e cinco novas mínimas, enquanto o Nasdaq Composite marcou 34 novas máximas e 119 novas mínimas.