Inflação de alimentos desacelera, mas IPCA-15 sobe com impacto de habitação e educação
Prévia de fevereiro mostra redução no ritmo de alta dos alimentos dentro e fora do domicílio
247 – A prévia da inflação de fevereiro, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), indica um alívio na alta dos preços de alimentos, enquanto outros setores puxam o índice para cima. De acordo com os dados divulgados nesta terça-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o grupo Alimentação e Bebidas registrou desaceleração no aumento de preços. A alimentação no domicílio subiu 0,63%, abaixo do 1,10% observado em janeiro, enquanto a alimentação fora do lar passou de 0,93% para 0,56%.
Entre os itens com maior queda nos preços, destacam-se a batata-inglesa (-8,17%), o arroz (-1,49%) e as frutas (-1,18%). No entanto, alguns produtos continuam pressionando a inflação do setor, como a cenoura (17,62%) e o café moído (11,63%).
No acumulado de 12 meses, o IPCA-15 chega a 4,96%, superando os 4,50% do período anterior. Em fevereiro de 2024, a prévia da inflação havia sido de 0,78%.
Energia elétrica e mensalidades pressionam inflação
Apesar da desaceleração nos preços dos alimentos, o IPCA-15 de fevereiro ficou em 1,23%, um aumento expressivo de 1,12 ponto percentual (p.p.) em relação a janeiro, quando a variação foi de 0,11%. Os principais responsáveis por essa alta foram os grupos Habitação, que subiu 4,34% e teve impacto de 0,63 p.p. no índice geral, e Educação, que registrou aumento de 4,78%, com impacto de 0,29 p.p.
No setor de habitação, a energia elétrica residencial avançou 16,33%, após a queda de 15,46% em janeiro, influenciada pela incorporação do bônus de Itaipu no mês anterior. Também contribuíram para a alta do setor os reajustes nas tarifas de água e esgoto em capitais como Belo Horizonte e Porto Alegre.
Já no grupo Educação, a maior variação veio dos cursos regulares (5,69%), devido aos reajustes típicos do início do ano letivo. Os maiores aumentos foram observados no ensino fundamental (7,50%), no ensino médio (7,26%) e no ensino superior (4,08%).
Transportes: alta nos combustíveis e passagens aéreas em queda
O setor de Transportes teve alta de 0,44% em fevereiro, impactado pelo aumento dos combustíveis (1,88%), com destaque para etanol (3,22%), óleo diesel (2,42%) e gasolina (1,71%). O gás veicular, por outro lado, caiu 0,41%.
As passagens aéreas registraram queda expressiva de 20,42%, aliviando um pouco o impacto da inflação no setor. No entanto, houve reajustes significativos nas tarifas de ônibus urbanos em várias cidades, como São Paulo (14,68%), Rio de Janeiro (6,34%), Belo Horizonte (5,31%), Salvador (5,05%) e Recife (3,37%).
Em São Paulo, a integração do transporte público subiu 9,69%, refletindo o reajuste nas tarifas de metrô e trem, além das gratuidades concedidas em feriados municipais.
Recife tem a maior alta regional, Goiânia a menor
Nos índices regionais, a maior variação foi registrada em Recife (1,49%), impulsionada pela alta da energia elétrica residencial (14,78%) e da gasolina (3,74%). Já Goiânia apresentou o menor aumento da inflação, com variação de 0,99%, beneficiada pela queda nas passagens aéreas (-26,67%) e no arroz (-2,67%).
Com o IPCA-15 indicando aceleração da inflação geral, os próximos meses serão decisivos para avaliar o impacto da política monetária do Banco Central e a evolução dos preços, especialmente diante da volatilidade do setor energético e dos reajustes no setor de educação.
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