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    IPCA-15, a prévia da inflação, surpreende e desacelera para 0,13% em setembro, diz IBGE

    No ano, o IPCA-15 acumula alta de 3,15%. No acumulado dos últimos 12 meses, a taxa é de 4,12%, abaixo dos 4,35% observados nos 12 meses anteriores

    Pessoas fazendo compras e cédulas de Real (Foto: Reuters | USP Imagens)

    Roberto de Lira, Infomoney - O IPCA-15, prévia da inflação oficial do país, desacelerou para 0,13% em setembro, após alta de 0,19% em agosto, informou nesta quarta-feira (25) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    No ano, o IPCA-15 acumula alta de 3,15%. No acumulado dos últimos 12 meses, a taxa é de 4,12%, abaixo dos 4,35% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

    Em setembro de 2023, o IPCA-15 tinha ficado em 0,35%.

    Os dados de setembro vieram abaixo do consenso LSEG de analistas, que previam inflação mensal acelerando para 0,30% e taxa anualizada de 4,30%.

    O IPCA-E, indicador para o IPCA-15 acumulado trimestralmente, foi de 0,62%, acima da taxa de 0,56% registrada em igual período de 2023.

    Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em setembro. A maior variação positiva veio da Habitação (0,50%), por conta de reajustes de eletricidade.

    Já Alimentação e bebidas, grupo de maior peso no índice, registrou aumento de 0,05% nos preços após dois meses de queda.

    As demais variações ficaram entre o recuo de 0,08% de Transportes e o aumento de 0,32% em Saúde e Cuidados Pessoais.

    Habitação - Na Habitação, o principal impacto de alta veio da energia elétrica residencial, que passou de uma variação negativa de 0,42% em agosto para positiva de 0,84% em setembro, isso por conta da vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 1 a partir de 1º de setembro.

    Além disso, houve reajustes com redução de 2,75% em Belém (-2,52%), a partir de 7 de agosto; e reajuste médio de 0,06% em uma das concessionárias de Porto Alegre (2,81%), a partir de 19 de agosto.

    Ainda em Habitação, foi destacada a alta da taxa de água e esgoto (0,38%) após reajustes tarifários de redução média de 0,61% em São Paulo (-0,15%), a partir de 23 de julho; de 5,81% em Salvador (3,02%), a partir de 1º de agosto; e de 8,05% em Fortaleza (5,23%), a partir de 5 de agosto.

    Outro destaque foi o resultado do subitem gás encanado (0,19%), após reajuste de 2,77% no Rio de Janeiro (1,43%), a partir de 1º de agosto; e da mudança na estrutura das faixas de consumo nas faturas em Curitiba (-2,01%), também a partir de 1° de agosto.

    Alimentos e Bebidas - No grupo Alimentação e Bebidas, a alimentação no domicílio teve variação negativa de -0,01%, perdendo força após o recuo de 1,30% no mês anterior. Contribuíram para essa perda de ímpeto o recuo nos preços da cebola (-21,88%), da batata-inglesa (-13,45%) e do tomate (-10,70%).

    No lado das altas, destacaram-se o mamão (30,02%), a banana-prata (7,29%) e o café moído (3,32%).

    Também teve alta nos preços a alimentação fora do domicílio (0,22%), mas com desaceleração em relação ao mês de agosto (0,49%), em virtude das altas menos intensas do lanche (de 0,76% em agosto para 0,20% em setembro) e da refeição (0,37% em agosto para 0,22% em setembro).

    Outros grupos - Os outros três grupos que registraram altas no IPCA-15 de setembro foram Saúde e Cuidados Pessoais (0,32%), Artigos de residência (0,17%), Vestuário (0,12%), Educação (0,05%) e Comunicação (0,07%).

    Apenas Despesas Pessoais (-0,04%) e Transportes (-0,08%) apresentaram queda. Neste último, com impacto de -0,02 p.p., o resultado foi influenciado pela gasolina (-0,66% e -0,03 p.p.).

    Em relação aos demais combustíveis (-0,64%), o etanol (-1,22%) também recuou, enquanto o gás veicular (2,94%) e o óleo diesel (0,18%) apresentaram altas. As passagens aéreas registraram aumento nos preços (4,51% e 0,03 p.p).

    Capitais - Na análise regional, sete áreas de abrangência do IPCA-15 tiveram alta em setembro. A maior variação foi em Salvador (0,35%), impactada pelas altas da gasolina (2,17%) e do gás de botijão (3,04%).

    Já o menor resultado foi em Recife (-0,37%), com influência das quedas nos preços da gasolina (-4,51%) e da cebola (-31,80%).

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