Jean Paul Prates diz que debate sobre dividendos na Petrobras foi uma "falsa crise"
Ex-presidente da estatal destaca que mudanças na política de pagamento de lucros foram bem recebidas pelo mercado e atribui críticas a disputas políticas
247 - O ex-presidente da Petrobras Jean Paul Prates classificou como uma “falsa crise” o debate sobre a política de pagamento de dividendos da companhia durante sua gestão. Prates, em entrevista ao programa CNN Money, ressaltou que o mercado reagiu positivamente às mudanças anunciadas, apesar das críticas e controvérsias enfrentadas pela empresa.
“Quando anunciamos que o percentual do pagamento de dividendos ordinários iria cair, as ações da empresa subiram. No fim, apesar dessa ‘crise’, a distribuição de dividendos foi feita da forma como havíamos planejado”, afirmou Prates nesta segunda-feira (9).
Segundo ele, a política de lucros foi previamente explicada ao mercado financeiro, o que justificaria a valorização das ações da estatal após o anúncio. Para o ex-presidente, as críticas partiram de uma interpretação política equivocada do modelo adotado.
“Esse debate sobre a política de dividendo foi uma falsa crise criada e minou a nossa gestão. Fico triste com isso, principalmente, porque estava fazendo um bom trabalho. Mas não tenho ressentimento, é parte da vida e da política essas situações”, desabafou.
Governança e transparência
Durante a entrevista, Prates também abordou a governança corporativa da Petrobras, apontando o distanciamento entre acionistas e diretoria como um ponto sensível a ser corrigido.
“Não existem ritos de ordem direta entre governo federal e o Conselho da companhia, para que este possa instruir a diretoria sobre as orientações do que deve ser feito na empresa”, destacou.
Ele defendeu uma maior integração entre esses níveis de gestão para garantir decisões mais transparentes e eficazes, respeitando as diretrizes da governança corporativa e evitando crises artificiais no mercado.
Geopolítica e preços do petróleo
Prates também comentou a situação geopolítica no Oriente Médio, especialmente após a queda do governo do presidente sírio Bashar al-Assad no último domingo (8). Segundo ele, mesmo que a Síria não seja uma grande exportadora de petróleo, o país ocupa uma posição estratégica nas rotas de transporte de combustíveis da região.
“Embora a Síria não seja uma grande exportadora ou dona de grandes reservas de petróleo, é uma importante passagem para países que são”, explicou.
Prates observou que a crescente instabilidade na região pode impactar significativamente o mercado energético global. Ele destacou que os Estados Unidos, atualmente o maior produtor de petróleo do mundo, são um dos principais beneficiários desses conflitos.
“Hoje os Estados Unidos são o maior produtor de petróleo do mundo e o maior beneficiário desses conflitos no Oriente Médio. Trump já sinalizou que não pretende frear a produção”, afirmou.
Para ele, os conflitos na região prolongam o ciclo de altas no mercado de petróleo, já que países produtores mantêm estoques significativos e enfrentam dificuldades de escoamento, o que pressiona os preços internacionais.
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