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    Lindbergh cita temor de recessão nos EUA e critica juros do BC no Brasil: 'e agora, Campos Neto?'

    Parlamentar diz que a desaceleração nos EUA ocorre, "entre outros fatores, porque o FED insistiu por tempo demasiado em manter as taxas de juros elevadas"

    (Foto: ABR)

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    247 - O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) criticou duramente o Banco Central por manter, na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada na quarta-feira (28), a taxa básica de juros (Selic) em 10,5% ao ano, o que representa a segunda maior taxa de juros real do mundo. A instituição, comandada por Roberto Campos Neto, também sinalizou que não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado.

    O parlamentar citou a segunda-feira (5) de 'crash' nas bolsas mundo afora diante dos riscos de recessão nos Estados Unidos, provocados principalmente, segundo ele, pela taxa de juros demasiadamente alta por lá. “E agora, Campos Neto? As bolsas no mundo inteiro desabaram, com a perspectiva da desaceleração e possível recessão da economia dos EUA. E por que essa desaceleração está ocorrendo? Entre outros fatores, porque o FED [Banco Central dos Estados Unidos] insistiu por tempo demasiado em manter as taxas de juros elevadas. Espera-se, agora, um bom corte nas taxas de juros dos EUA e um novo 'quantitative easyng'. O governo democrata vai ter de soltar dinheiro". 

    "Nesse novo contexto mundial, o Banco Central vai insistir na segunda maior taxa de juros do mundo? Vamos insistir em corte de gastos em cima dos pobres e da economia real? As expectativas não estão suficientemente ancoradas? O Brasil tem de superar essa política obtusa e ruinosa”, postou o parlamentar no X, antigo Twitter. 

    Lindbergh Farias também criticou a ata do Copom: "Roberto Campos Neto, mais uma vez, está jogando contra o Brasil ameaçando com a taxa de juros. Na sua última ata, o Banco Central afirmou que 'não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado'. Com isso, o Banco Central já cria uma corrida especulativa para que os rentistas torçam a favor do desequilíbrio fiscal e da escalada da inflação. Ao invés de trazer calma e tranquilidade, Campos Neto quer trazer pânico e incerteza. Além do mais, parece que o BC sempre busca um culpado para sua política austera e rentista: se não é o ambiente interno, é o internacional e vice-versa. Campos Neto tem que se decidir: ou se baseia em fatos, dados e na suposta 'técnica', ou se baseia nas 'desconfianças do mercado'".

    Na segunda-feira, o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), também criticou a política de juros do BC e afirmou que não faz sentido o Brasil ter uma das maiores taxas de juro real do mundo, mesmo dispondo de fundamentos sólidos na economia. "Não tem justificativa. Temos a segunda maior taxa de juro real do mundo e só perde para a Rússia, que está em guerra", disse Alckmin. Entre os fundamentos sólidos listados pelo vice-presidente estão as reservas cambiais de US$ 370 bilhões, segurança jurídica, além de um grande mercado consumidor e o volume recorde de exportações. 

     

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