Lira se posicionou a favor da "autonomia" do Banco Central enquanto Lula questionava Campos Neto
Presidente da Câmara também exaltou os projetos do arcabouço fiscal e da reforma tributária do consumo
247 - O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta terça-feira (18) que a autonomia operacional do Banco Central, estabelecida por lei em 2021, aumentou a credibilidade da política monetária do país.
"A autonomia do Banco Central aumentou a credibilidade da nossa política monetária", disse Lira no evento CNN Talks.
Segundo Lira, o projeto de lei que instituiu a autonomia do BC foi uma das reformas econômicas promovidas pela Câmara com o objetivo de colocar o país na "direção correta".
Ele também exaltou os projetos do arcabouço fiscal e da reforma tributária do consumo, ambos aprovados no ano passado, para "racionalizar" a política fiscal brasileira.
As declarações forem feitas na véspera do anúncio da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa Selic. A expectativa do mercado é de manutenção da taxa no patamar de 10,50% ao ano, encerrando um ciclo de sete cortes consecutivos.
Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar a atuação do presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmando que o chefe da autarquia trabalha para prejudicar o país.
Lula questionou em entrevista à CBN a autonomia de Campos Neto e disse ser necessário descobrir a quem ele "é submetido". "Eu tenho já muito tempo de experiência. Eu já lidei muito bem com o Banco Central. O (Henrique) Meirelles era o meu presidente do BC e eu duvido que o atual presidente, Roberto Campos, tenha mais autonomia do que tinha o Meirelles. Duvido. O que é importante entender é a quem esse rapaz é submetido", disse Lula.
Na entrevista, Lula também mencionou a ida de Campos Neto a São Paulo a uma festa organizada em sua homenagem. A cerimônia, realizada no último dia 10, foi capitaneada pelo governador Tarcísio de Freitas e nela se ventilou seu apoio a uma candidatura de Campos Netos a um cargo em um eventual governo bolsonarista liderado pelo ex-ministro de Bolsonaro.
O projeto de autonomia do BC forneceu ao presidente da autarquia um mandato fixo de quatro anos no cargo. Com isso, em um cenário inédito, Lula não pôde realizar uma mudança imediata na liderança da instituição ao tomar posse, tendo que conviver com o indicado de Jair Bolsonaro até o fim deste ano. (Com Reuters).
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