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    Luiza Trajano pede cautela ao Banco Central na comunicação sobre juros

    "O varejo é o primeiro que sofre. As pequenas e médias empresas não aguentam mais sobreviver com isso", disse a empresária

    Luiza Trajano (Foto: Reprodução)
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    247 - Durante evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) nesta sexta-feira, a presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano, fez um apelo ao presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, solicitando que a instituição evite anunciar previamente aumentos na taxa de juros. "Eu queria pedir para ele, por favor, não comunicar mais que vai ter aumento de juros porque aí já atrapalha tudo desde o começo", afirmou a empresária, de acordo com o jornal O Globo.

    Na estreia de Galípolo à frente do Comitê de Política Monetária (Copom), em janeiro deste ano, o Banco Central elevou a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, passando de 12,25% para 13,25%. Além disso, sinalizou uma nova alta na próxima reunião, prevista para março, quando a taxa pode atingir 14,25%.

    A empresária destacou o impacto dessas medidas no setor varejista e nas pequenas e médias empresas ao afirmar que "o varejo é o primeiro que sofre. As pequenas e médias empresas não aguentam mais sobreviver com isso. Não tem condições. E são elas que geram o emprego".

    Em resposta, Gabriel Galípolo reforçou o compromisso do Banco Central em controlar a inflação e manter a estabilidade econômica, enfatizando que a instituição não pode agir de forma preventiva diante de uma desaceleração econômica que ainda não se materializou. "Acho que há uma incerteza (no mercado) sobre qual seria a reação diante dessa desaceleração", afirmou Galípolo, reconhecendo as expectativas de que uma desaceleração poderia levar a algum tipo de estímulo econômico. Ele acrescentou que seria um erro para a política monetária agir preventivamente com base em algo que ainda não ocorreu.

    Durante o evento, outros líderes empresariais também expressaram preocupações em relação aos juros elevados e ao cenário fiscal. Guilherme Gerdau, presidente do Conselho de Administração da Gerdau e do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), afirmou ser necessário "caminhar para um patamar de juros mais próximo do mundo. Devemos lembrar a todos que as empresas e famílias tomam crédito com taxas de juros que vão muito além da taxa básica".

    Galípolo reconheceu as preocupações do mercado sobre como o banco reagiria a uma desaceleração econômica, mas afirmou que não pode agir de forma preventiva diante de algo que ainda não se materializou. Ele enfatizou que o ajuste monetário visa combater a inflação e que as políticas devem ser baseadas em dados reais que reflitam uma desaceleração econômica genuína, não em volatilidades de curto prazo. Galípolo destacou que reagir a uma possibilidade percebida, mas não comprovada, seria um erro na política monetária.

    O presidente do Banco Central também ressaltou a importância da comunicação clara da instituição, mencionando que cada palavra dos comunicados é minuciosamente analisada pelo mercado. "Hoje o tema da comunicação virou uma ciência própria. Imediatamente depois que sai o comunicado (a ata do Copom), diversas análises minuciosas sobre cada pontuação e palavra são feitas para tentar interpretar o que o BC quis dizer", afirmou Galípolo.

    Ele também destacou que o Banco Central precisa evitar amplificar volatilidades, especialmente quando os dados disponíveis ainda são incertos, e que não deve gerar volatilidade ao reagir de forma precipitada a flutuações de curto prazo que podem não refletir tendências consistentes.

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