TV 247 logo
    HOME > Economia

    "O Brasil está indo para o quarto ano consecutivo de crescimento acima do esperado", diz Galípolo (vídeo)

    Presidente do Banco Central analisa desafios da economia e política monetária em evento no Cebri

    Presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo REUTERS/Adriano Machado/foto de arquivo (Foto: REUTERS/Adriano Machado/foto de arquivo)
    Redação Brasil 247 avatar
    Conteúdo postado por:

    247 – O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, participou de uma palestra no Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), em parceria com a Casa das Garças e o Centro de Debates de Políticas Públicas (CDPP). O evento marcou a primeira participação pública de Galípolo desde que assumiu o comando da autoridade monetária. Durante sua fala, ele abordou o cenário macroeconômico atual, a política monetária brasileira e os desafios estruturais enfrentados pelo país.

    Galípolo iniciou sua apresentação destacando a importância da transparência e do diálogo com a sociedade, quebrando o tradicional protocolo do Banco Central. "A formalidade sempre exige que sejamos insípidos, inodoros e incolores. Mas, olhando para essa plateia, vejo rostos que me fazem sentir gratidão", afirmou, ressaltando a importância de ex-presidentes da instituição e outros economistas que contribuíram para a estabilidade econômica do Brasil.

    Cenário internacional e desafios da política monetária

    Ao analisar o panorama global, Galípolo ressaltou que os choques econômicos recentes, incluindo os efeitos da pandemia e os estímulos fiscais das grandes economias, resultaram em pressões inflacionárias persistentes. Segundo ele, a sincronização das políticas monetárias globais está se dissipando, o que aumenta a complexidade da atuação dos bancos centrais.

    "O Brasil está indo para o quarto ano consecutivo de crescimento acima do esperado. Existem várias explicações para isso, desde reformas estruturais até mudanças no comportamento dos agentes econômicos", disse. No entanto, ele ponderou que a resiliência econômica observada também vem acompanhada de desafios inflacionários e incertezas fiscais.

    Sobre a condução da política monetária, Galípolo reconheceu que o Banco Central precisa equilibrar medidas para conter a inflação sem comprometer a atividade econômica. "O mecanismo de política monetária exige ações preventivas. As taxas de juros precisam ser ajustadas com cautela para evitar descompassos que impactem a economia de forma abrupta", afirmou.

    O papel do Banco Central e reformas institucionais

    Além dos desafios conjunturais, Galípolo apontou a necessidade de modernizar o arcabouço institucional do Banco Central. Ele ressaltou que, apesar dos avanços na inclusão financeira e na digitalização do sistema bancário, ainda há lacunas na estrutura regulatória que precisam ser preenchidas. "O Banco Central entrou na vida cotidiana das pessoas, facilitando negócios e transações. Mas não conseguimos fazer a correspondente evolução institucional para garantir ferramentas adequadas à autoridade monetária", avaliou.

    A comunicação do Banco Central também foi um tema abordado. O presidente citou exemplos de outros países que adotam estratégias para aproximar a instituição da sociedade, como o Banco Central da Suécia, que responde perguntas no antigo Twitter (X), e o Banco Central da Coreia, que criou um programa de influenciadores financeiros. "O desafio da comunicação é enorme. Precisamos garantir que as informações cheguem de forma clara e precisa à população", pontuou.

    Questões fiscais e impacto no câmbio e nos juros

    Durante a sessão de perguntas, economistas como Edmar Bacha e Armínio Fraga questionaram Galípolo sobre a relação entre política monetária e questões fiscais. O presidente do BC reconheceu que o cenário fiscal é uma variável fundamental para a condução da política monetária e destacou a necessidade de um amplo consenso nacional para enfrentar os desafios estruturais. "Chegamos a um ponto em que precisamos de um grande acordo nacional para que possamos sair do outro lado com estabilidade econômica", disse.

    A volatilidade cambial também foi abordada, com Galípolo explicando que as intervenções do Banco Central no câmbio são realizadas conforme a necessidade de garantir estabilidade ao mercado. "Em 2023, não fizemos nenhuma intervenção no final do ano. Já em 2024, realizamos a maior intervenção da história. Isso mostra que o BC age conforme as condições do mercado", explicou.

    A palestra de Galípolo no CEBRI foi uma oportunidade para discutir os desafios da economia brasileira em um contexto global cada vez mais complexo. O presidente do Banco Central enfatizou a importância da coordenação entre política fiscal e monetária, além da necessidade de aprimorar a comunicação institucional. Ao final, ele reforçou seu compromisso com uma gestão técnica e transparente, destacando que o principal objetivo da instituição é garantir a estabilidade econômica do país. Assista:

    ❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.

    ✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

    iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

    Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

    Relacionados