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Lula diz que integração entre Brasil e Bolívia busca também uma rota comercial para o Pacífico

Objetivo é ampliar a competitividade dos produtos sul-americanos no comércio com a Ásia

Lula e Luis Arce (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

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247 – Nesta terça-feira (9), em um encontro com o presidente boliviano Luis Arce, Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que Brasil e Bolívia estão iniciando uma nova fase em suas relações bilaterais. Ele ressaltou que a integração da América do Sul agora é uma necessidade vital, e não apenas um discurso vazio. "A integração da América do Sul não é mais um exercício de retórica, mas uma questão de sobrevivência", afirmou Lula.

Lula destacou que um dos principais objetivos dessa integração é garantir que tanto o Brasil quanto a Bolívia tenham acesso ao Oceano Pacífico, fundamental para abrir novos mercados e conectar o continente aos novos fluxos comerciais influenciados pela China. Desde a Guerra do Pacífico com o Chile, no final do século 19, a Bolívia perdeu seu acesso direto ao Pacífico. "O acesso do Brasil e da Bolívia ao Oceano Pacífico é estratégico para a abertura de novos mercados e para a inserção do continente aos novos fluxos de comércio", disse Lula.

Ele ressaltou que essa integração não apenas permitirá que o Brasil chegue ao Pacífico, mas também abrirá o Atlântico para a Bolívia. "É preciso dar uma chance no século 21 para que o Brasil, a Bolívia e outros países da América do Sul deixem de ser tratados como países em vias de desenvolvimento ou do Terceiro Mundo", destacou Lula. Ele mencionou que os dois países possuem riquezas essenciais para o mundo atual, como fontes renováveis de energia e uma grande capacidade de produção de alimentos. "Nós temos riquezas que hoje o mundo necessita. Nós temos que oferecer ao mundo alguma coisa que eles não têm", acrescentou.

O Governo Federal, sob a liderança de Lula, está implementando o projeto Rotas da Integração Sul-Americana, que visa conectar todos os países do continente aos dois oceanos. O fortalecimento do Mercosul é crucial para a realização desse projeto, conforme discutido na recente Cúpula do Mercosul, no Paraguai.

Durante seu discurso, Lula também destacou a história compartilhada entre Brasil e Bolívia, marcada por golpes e tentativas de golpe, mas ressaltou a resistência democrática de ambos os países. "Temos a enorme responsabilidade de defender a democracia contra as tentativas de retrocesso", afirmou. Ele reafirmou a importância de proteger a democracia contra qualquer tentativa de retrocesso, mencionando os desafios enfrentados por Brasil e Bolívia nos últimos anos. "Não podemos tolerar devaneios autoritários e golpismos. Temos a enorme responsabilidade de defender a democracia contra as tentativas de retrocesso", enfatizou Lula.

Integração energética

Lula também discutiu a integração física e energética da região, enfatizando a importância da Bolívia no fornecimento de gás natural ao Brasil e a possibilidade de expandir essa parceria. Ele mencionou a construção da ponte binacional sobre o rio Mamoré e melhorias na navegabilidade no canal Tamengo e no rio Paraguai como passos importantes para facilitar a conexão entre os países. "A integração física e energética da região passa necessariamente por nossos países. O engajamento boliviano é chave para a conclusão do conjunto de rotas que o Brasil tem chamado de Quadrante Rondon", disse Lula.

Outro ponto importante discutido foi a cooperação no combate ao crime organizado e ao narcotráfico, além de questões de saúde, migração e cooperação fronteiriça. Lula destacou a necessidade de garantir segurança jurídica a brasileiros na Bolívia e regularizar a situação migratória dos bolivianos no Brasil. "Disse ao presidente Arce que já temos uma excelente cooperação no âmbito da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica e que também podemos trabalhar juntos para combater os incêndios no Pantanal", afirmou.

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