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Lula volta a criticar privatização da Vale e lógica do 'lucro acima da vida'

Presidente disse que enfrenta dificuldades ao tentar negociar com a Vale

Lula na cerimônia de assinatura do novo acordo de Marina, 25/10/2024 (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar, nesta sexta-feira (25), a privatização da mineradora Vale, ocorrida em 1997. Segundo ele, o modelo de gestão atual da companhia a afasta do governo federal.

"Espero que as mineradoras tenham aprendido uma lição. Teria ficado muito mais barato. Já tive oportunidade de negociar a Vale quando ela tinha dono, quando seu dono era o governo. Depois negociei a Vale quando era uma mescla de fundos, mas tinha presidente. É muito difícil negociar com uma corporation, que não sabemos quem é o dono, e que tem muita gente dando palpite e muito do dinheiro para evitar desgraça vai para pagar dividendos", disse Lula na cerimônia de assinatura do novo acordo de Mariana. 

O presidente também afirmou que a tragédia de 2015 "poderia ter sido evitada, mas não foi por ganância e lucro. Foi uma irresponsabilidade pura com o povo da região". "Espero que esse acordo sirva de lição", afirmou Lula. 

Em 5 de novembro de 2015, ocorreu o rompimento da barragem do Fundão, localizada no subdistrito de Bento Rodrigues (MG), a 35 km do centro de Mariana. A tragédia é a maior catástrofe ambiental na história do Brasil e ficou marcada como o maior rompimento do mundo envolvendo barragens de rejeitos de mineração. O colapso na estrutura da Samarco Mineração S/A, uma joint venture das mineradoras Vale e BHP Billiton Brasil, causou a morte de 19 pessoas, e outras três estão desaparecidas ate hoje, e despejou mais de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério no meio ambiente, contaminando a bacia do Rio Doce, nos estados de MG e do Espírito Santo, até alcançar o mar territorial brasileiro.

Nesta quarta-feira, a BHP disse que as alegações de que uma busca pelo lucro em detrimento da segurança teriam contribuido para o pior desastre ambiental do Brasil eram "improváveis e injustificadas", enquanto a mineradora abria sua defesa para um processo gigantesco no Tribunal Superior de Londres. Mais de 600.000 brasileiros, 46 governos locais e cerca de 2.000 empresas estão processando a BHP pelo rompimento da barragem em Mariana.

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