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Mercadante critica privatização da Sabesp: “preço errado” e falta de concorrência

Presidente do BNDES aponta desvalorização e questiona ausência de grandes empresas no processo de privatização da maior companhia de saneamento do país

Aloizio Mercadante (Foto: Reprodução/YT)

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247 – O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, fez duras críticas ao processo de privatização da Sabesp, concluído em julho deste ano pelo Governo de São Paulo. Em evento sobre saneamento realizado na quarta-feira (9), Mercadante afirmou que a venda das ações da estatal foi feita por um valor “errado” e expressou estranhamento pela ausência de grandes interessados em se tornarem acionistas da maior companhia de saneamento do Brasil, como aponta reportagem da Folha de S. Paulo.

“É muito difícil entender como, numa empresa daquela, é feito um processo de privatização com quase 20% abaixo do preço de mercado”, declarou Mercadante, ressaltando que a situação seria impensável no setor privado. “Imagina se algum empresário vendesse sua empresa 20% abaixo do preço de mercado, que está tabelado pelas ações que estão na Bolsa de Valores”, completou. Segundo ele, a precificação das ações da Sabesp foi feita em R$ 67, após a Equatorial — única interessada em assumir o papel de acionista de referência — apresentar sua proposta para adquirir 15% da companhia. Esse valor representou uma desvalorização de cerca de 20% em relação ao preço das ações da Sabesp, que estavam cotadas a R$ 87 no mercado pouco antes da desestatização.

Com a venda, o governo paulista arrecadou R$ 14,77 bilhões, mas a ausência de concorrência e a desvalorização levantaram suspeitas. “Eu me pergunto por que as grandes empresas não disputaram a maior empresa de saneamento do Brasil e a segunda maior do mundo”, disse Mercadante, sinalizando que o BNDES deveria ter sido envolvido no processo para garantir um desenho mais adequado e justo para a privatização.

A declaração de Mercadante foi feita enquanto ele discutia outros projetos de saneamento que contaram com a estruturação ou contribuição do BNDES. Ele enfatizou a necessidade de maior transparência e rigor no setor público ao realizar privatizações. O Governo de São Paulo foi procurado pela reportagem desde a noite de quarta-feira para comentar as declarações do presidente do BNDES, mas até o momento não se manifestou.

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