“O Brasil vai reconquistar o grau de investimento”, diz Luiz Fernando Furlan
Ex-ministro do Desenvolvimento elogiou a equipe econômica, mas pediu mais previsibilidade
247 – Durante o Fórum Brasil, promovido pelo Lide e pelo Brasil 247 em Brasília no dia 13 de novembro, Luiz Fernando Furlan, ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, fez uma análise otimista, porém cautelosa, sobre o panorama econômico brasileiro. Em sua fala, Furlan destacou a resiliência da economia nacional e a possibilidade concreta de o Brasil reconquistar o grau de investimento no governo Lula 3. “O Brasil vai bem. Estamos no caminho para retomar o investment grade, e só falta um degrau”, afirmou, relembrando o período em que o país já havia alcançado essa classificação.
O ex-ministro ressaltou que, embora os indicadores de inflação estejam controlados e a renda venha crescendo, há desafios significativos a serem enfrentados para garantir uma trajetória sustentável de crescimento. “Precisamos simplificar. O Brasil ainda é um país muito complicado, com processos burocráticos que atrapalham o desenvolvimento econômico”, disse Furlan, mencionando o conhecido “custo Brasil”, recentemente estimado em R$ 1,5 trilhão. Ele citou que pequenas medidas de desburocratização poderiam reduzir esse custo em cerca de R$ 350 bilhões, aliviando o sistema de produção e impulsionando o desenvolvimento.
A importância da previsibilidade e da eficiência
Furlan foi enfático ao destacar a necessidade de previsibilidade nas ações governamentais e na comunicação com o mercado. “Todos nós queremos previsibilidade. Não dá para um dia alguém falar algo, a bolsa subir, o dólar mexer. Precisamos de uma linha clara de prioridades e foco”, alertou. Para ele, a falta de clareza e a dispersão de ações são obstáculos para que o Brasil alcance todo o seu potencial. “Quando tudo é prioridade, nada é prioridade”, afirmou, sublinhando que o foco é essencial para alcançar resultados consistentes.
O ex-ministro também compartilhou uma lição de eficiência que aprendeu observando profissionais em restaurantes no exterior, que não desperdiçam movimentos. “Aqui, muitas vezes, as pessoas se limitam ao que está em suas funções, sem buscar a eficiência máxima”, refletiu. Ele argumentou que essa mentalidade precisa mudar para que o país melhore sua competitividade e produtividade. Assista:
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