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      Petrobras mira em países africanos para recompor reservas de petróleo

      Estatal busca parcerias em Angola, Namíbia e África do Sul

      Navio-plataforma da Petrobras (Foto: Divulgação)
      Paulo Emilio avatar
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      Bruno de Freitas Moura, repórter da Agência Brasil - A Petrobras busca adquirir campos de petróleo em países africanos para aumentar a quantidade de reservas da estatal, que prevê o declínio da produção a partir de 2030. O interesse de comprar poços principalmente em Angola, na Namíbia e na África do Sul foi informado pela diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia Anjos, em Nova Déli, na Índia.

      De acordo com a diretora, a estatal brasileira está em conversas com petroleiras multinacionais, como ExxonMobil (Estados Unidos), Shell (Reino Unido) e TotalEnergies (França), que já são parceiras da Petrobras na produção de petróleo no Brasil.

      A declaração foi feita à agência de notícias Reuters na última quarta-feira (12) e confirmada pela Agência Brasil. A diretora participou da India Energy Week, encontro internacional que reúne representantes da indústria petrolífera.

      Para a diretora, a aquisição de poços em países africanos faz sentido no portfólio da companhia. A intenção da Petrobras acontece em um momento em que a empresa busca novas fronteiras de exploração e produção de petróleo, pensando em reverter o declínio das reservas atuais, previsto para a década de 2030.

      Volta ao continente africano - A Petrobras voltou a manter operações no continente africano no ano passado. Em 8 de fevereiro, a companhia concluiu a aquisição de participações em três blocos exploratórios em São Tomé e Príncipe, na costa ocidental da África. Em dois blocos a participação é de 45%; e no terceiro, 25%.

      Em outubro de 2024, o Conselho de Administração da Petrobras aprovou a atuação da companhia na África do Sul, viabilizando a aquisição de participação no bloco Deep Western Orange Basin (DWOB), por meio de processo competitivo conduzido pela TotalEnergies.

      De acordo com o Plano de Negócios 2025-2029 da estatal, a participação de 10% no bloco sul-africano depende de aprovação governamental local.

      Novas fronteiras - Aqui no Brasil, a principal frente de interesse exploratório é a Margem Equatorial, região no litoral norte do país tida como de grande potencial, uma espécie de “novo pré-sal”.

      A exploração depende, no entanto, de autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.

      Ativistas apontam preocupações com o meio ambiente e aumento do uso de combustível fóssil, um dos causadores do aquecimento global. Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pressionou, na última quarta-feira (12), que o Ibama autorize a exploração.

      Há também grande interesse da petroleira na Bacia de Pelotas, no litoral sul do Brasil. A Petrobras é dona de 29 poços de exploração na região.

      Um fator que explica o interesse na Bacia de Pelotas são descobertas de petróleo no Uruguai e na África - Namíbia e África do Sul. As duas costas geográficas possuem características físicas que se assemelham.

      América do Sul e EUA - Além de posições na África, a Petrobras tem operações na América do Sul e nos Estados Unidos.

      Na Colômbia, a estatal anunciou em dezembro de 2024 a descoberta da maior reserva de gás da história do país. O poço gigante Sirius-2, explorado em consórcio com a Ecopetrol, estatal de petróleo colombiana, tem capacidade equivalente à quase metade da produção diária de gás da Petrobras no Brasil.

      A descoberta pode aumentar em 200% as reservas atuais da Colômbia. No entanto, a empresa brasileira explicou que, em um primeiro momento, a produção será destinada a abastecer a demanda do mercado interno colombiano.

      Dois outros poços na região - Buena Suerte e Papayuela - estão na linha de exploração do consórcio, o que abre expectativa para que haja excedente de produção, e o Brasil possa importar gás da Colômbia.

      Na Argentina, por meio da subsidiária Petrobras Operaciones S.A., a companhia detém uma participação de 33,6% no ativo de produção Rio Neuquén.

      Na Bolívia, produz gás principalmente nos campos de San Alberto e San Antonio, com 35% de participação em cada um desses contratos de operação de serviços, que são operados principalmente para fornecer gás ao Brasil e à Bolívia.

      Nos Estados Unidos, a atuação se dá em campos em águas profundas no Golfo do México, com participação de 20% da Petrobras America Inc., formando com a Murphy Exploration & Production Company a joint venture MPGoM.

      Produção e reservas - A produção total de óleo e gás natural da Petrobras alcançou 2,7 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) em 2024. Mais de 80% no pré-sal (costa do Sudeste).

      No fim de janeiro, a companhia informou que as estimativas de reservas provadas de óleo, condensado e gás natural apontam 11,4 bilhões de barris de óleo equivalente (boe) ao fim de 2024. Deste total, 85% são de óleo condensado e 15% de gás natural. 

      Desse montante, 1,3 bilhão de barris foram incorporados em 2024.

      “Considerando a produção esperada para os próximos anos, é essencial seguir investindo na maximização do fator de recuperação, na exploração de novas fronteiras e na diversificação do portfólio exploratório para repor as reservas de petróleo e gás”, afirmou a estatal ao divulgar o total de reservas provadas.

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