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    Petrobras rendeu até 362% em 5 anos com ação e dividendos. Acabou a festa?

    “Boa parte do mercado já aceita a ideia da não distribuição de dividendos extraordinários”, diz um analista

    Petrobras (Foto: Reprodução)

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    Por Leonardo Guimarães (InfoMoney) - Os dividendos da Petrobras (PETR3, PETR4) são um dos grandes chamarizes para investidores das ações da petroleira. Em 2023, seu dividend yield (DY, rendimento de uma ação apenas com dividendos) foi de 29,58%, o que a colocou as maiores pagadoras da Bolsa. Em 2022, foi ainda melhor: a empresa foi a que mais distribuiu proventos no mundo, com DY de 58,84%. 

    Mas, com as recentes mudanças de comando na estatal, como deve ficar o retorno do papel com dividendos? O rendimento passado pode se repetir?

    Retorno graúdo - Nos últimos cinco anos, a ação preferencial da Petrobras (PETR4) gerou retorno de 362% a quem reinvestiu os dividendos no papel. O número, levantado pela XP, mostra a importância do reinvestimento na estratégia de dividendos. Quando os proventos não foram reinvestidos, o retorno foi ainda significativo, mas menor: 51%. No primeiro exemplo, houve desempenho “quase 6 vezes maior do que o retorno sem dividendos reinvestidos, ilustrando o efeito dos juros compostos”, destacam os analistas da casa. 

    E daqui para frente? - Com a mudança no comando da Petrobras, o mercado quer saber se a política de dividendos negociada por Jean Paul Prates, de distribuir metade dos proventos extraordinários, fica de pé ou se os proventos serão cortados ao mínimo imposto à estatal. Um eventual aumento na distribuição de lucros, para 100% dos dividendos extraordinários, não está na pauta. 

    “Percebo que boa parte do mercado já aceita a ideia de que não teremos a distribuição recorrente desses dividendos extraordinários que tanto alegraram os investidores por um bom tempo”, diz Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos. 

    Para Bruna Sene, analista da Nova Futura Investimentos, é preciso aguardar a posse de Magda Chambriard e os sinais que a nova gestão dará sobre a política de distribuição. “Isso ainda está em aberto. Ela ainda precisa passar pelo conselho e as primeiras falas dela devem nos trazer mais informações”, pondera. 

    Já a Órama “não vê razão para que o acordo firmado nas últimas semanas (distribuição de metade dos dividendos extraordinários) seja modificado”, segundo Phil Soares, chefe de análise de ações da casa. 

    Vale a pena investir pensando nos dividendos? - Analistas ouvidos pelo InfoMoney divergem sobre a recomendação para o papel nas carteiras focadas em dividendos:

    Pessimistas - Para a Órama, o papel perdeu apelo para a carteira de proventos. “Há uma volatilidade grande e não achamos positivo o direcionamento de expansão do programa de investimentos para setores que dão retorno menor do que o core business, para energia renovável e refino”, justifica Soares.

    O especialista explica que o preço e distribuição de dividendos são interessantes hoje, “mas existe o risco de que o controlador continue revendo essas medidas (de investimentos) e tornando a ação menos interessante para o investidor”. 

    Neutros - Sene, da Nova Futura, segue em compasso de espera: “recomendamos cautela para o papel e não é uma ação que, nesse momento, recomendaria para o investidor mais conservador”, já que a ação pode sofrer ainda mais com a volatilidade daqui para frente, fator que o investidor focado em dividendos não quer em sua carteira. 

    Otimistas - Já a Ouro Preto Investimentos gosta do papel. “Mesmo sem os dividendos extraordinários, segue atraente para os investidores focados no longo prazo”, diz Sidney Lima, analista da Ouro Preto. 

    Ele ainda ressalta a capacidade de geração de caixa da empresa: “independentemente do cenário econômico global, a sociedade tem certa dependência dos produtos comercializados pela empresa”.

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