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    "Por que só o Brasil não vai? Outros países já exploram Margem Equatorial", diz Lula

    Magda Chambriard, empossada recentemente como presidente da Petrobras, declarou que a estatal usará "todos os recursos" para investir no Brasil

    Presidente Lula também cobrou mais "participação" da estatal na questão da transição energética (Foto: Divulgação)

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    Sputnik – Em evento sobre investimento sustentável no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que pretende autorizar a exploração de petróleo na Margem Equatorial, região que abrange os estados do Amapá ao Rio Grande do Norte, e que é considerada o "novo pré-sal". Lula enfatizou que a questão ambiental será levada 100% a sério. "Não vamos jogar fora nenhuma oportunidade de fazer este país crescer", declarou.

    O presidente participou na manhã desta quarta-feira (12) da cerimônia de abertura do Fórum de Investimentos Prioridade 2024 (FII Priority), organizado pela Future Investment Initiative (FII) Institute, acompanhado pela Sputnik Brasil. O evento, realizado no Copacabana Palace, tem como objetivo discutir o investimento sustentável e social como forma de construir uma nova ordem global que priorize a dignidade para todos.

    Além de Lula, participaram da cerimônia de abertura o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, o governador do estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, e o prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes.

    Em seu discurso, Lula destacou a importância de o Brasil sediar o fórum, afirmando que eventos dessa magnitude geralmente aconteciam "em países europeus, nos Estados Unidos ou no Japão". "O Brasil nunca foi tão considerado país. Por isso estou orgulhoso. É a primeira vez que o Brasil sedia uma edição da Iniciativa de Investimento Futuro", afirmou o presidente.

    Lula disse que a realização do evento demonstra a confiança que os investidores estão depositando no Brasil. "Estou aqui hoje para mostrar que o Brasil é digno dessa confiança. Sempre digo que a coisa mais importante para um investidor é a estabilidade. E isso o Brasil tem de sobra para oferecer", acrescentou.

    Ele reforçou que a visão de seu governo para o desenvolvimento sustentável da Amazônia está calcada no potencial da bioeconomia brasileira, destacando que o Brasil possui "a matriz energética mais limpa do mundo". "Oitenta e oito por cento de nossa eletricidade provêm de fontes renováveis, como a biomassa, a hidrelétrica, a solar, a eólica e, por que não dizer logo, o hidrogênio verde", afirmou Lula.

    Exploração na Margem Equatorial

    Lula também abordou a questão da exploração de petróleo na Margem Equatorial, uma área vista como potencialmente tão rica quanto o pré-sal. Ele indicou que a exploração será feita de maneira sustentável e legal. "Queremos fazer tudo legal, respeitando o meio ambiente, mas não vamos jogar fora nenhuma oportunidade de fazer este país crescer", disse o presidente.

    Após o discurso, em conversa com jornalistas, Lula reiterou a defesa da medida e destacou a necessidade de um debate técnico. "Nós temos um debate técnico que tem que ser feito. O problema é que no Brasil tudo é polemizado. Então, se tem petróleo no lugar, a Guiana está explorando, o Suriname está explorando, Trinidad e Tobago explora, você vai deixar o seu sem explorar? Então o que nós precisamos é garantir que a questão ambiental será levada 100% a sério."

    Apoio do BNDES e da Petrobras

    Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, afirmou em seu discurso que o Brasil possui um recurso natural estratégico e uma matriz energética limpa, fatores decisivos para atrair investimentos verdes. "Temos a melhor matriz do G20, e isso é um fator decisivo para descarbonizar e para atrair investimentos verdes, para as empresas e os bancos melhorarem o seu balanço", disse Mercadante.

    Ele incentivou os investidores a agirem rapidamente. "Quem chega cedo bebe água limpa", afirmou. Em coletiva a jornalistas, Mercadante destacou que o principal recado aos investidores foi escolher o Brasil, mencionando a paz geopolítica e a segurança alimentar como razões para investir no país.

    Magda Chambriard, empossada recentemente como presidente da Petrobras, declarou que a estatal usará "todos os recursos para investir no Brasil com respeito à sociedade". Ela enfatizou a importância de usar bem os recursos naturais do país e o papel da Petrobras em aumentar o investimento em infraestrutura energética. "A ideia é fazer a Petrobras apoiar o Brasil nesse sentido. A intenção da empresa e de Lula é avançar para apoiar o desenvolvimento do país", concluiu.

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