Preços do petróleo permanecem altos com novas sanções à Rússia
Preços do petróleo se mantêm próximos das máximas em 4 meses
(Reuters) – Os preços do petróleo caíram nesta terça-feira, após atingirem máximas de quatro meses no dia anterior, enquanto o mercado permanece atento ao impacto das novas sanções dos Estados Unidos sobre as exportações de petróleo da Rússia para importantes compradores, como Índia e China.
Os contratos futuros do Brent recuaram 36 centavos, ou 0,44%, para US$ 80,65 por barril às 12h56 (GMT), enquanto o petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI), dos EUA, caiu 24 centavos, ou 0,30%, para US$ 78,58 por barril.
Os preços saltaram 2% na segunda-feira, após o Departamento do Tesouro dos EUA impor na sexta-feira sanções à Gazprom Neft e à Surgutneftegas, além de 183 navios que transportam petróleo como parte da chamada "frota sombra" de petroleiros da Rússia.
"Com várias nações buscando fontes alternativas de combustível para se adaptar às sanções, pode haver novos avanços, mesmo que os preços sofram uma leve correção caso os dados do IPC dos EUA amanhã venham acima do esperado", disse Charalampos Pissouros, analista sênior de investimentos da corretora XM.
O Índice de Preços ao Produtor (PPI) dos EUA será divulgado hoje, seguido pelo Índice de Preços ao Consumidor (CPI) na quarta-feira.
Um aumento na inflação central acima da previsão de 0,2% pode reduzir a probabilidade de novos cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve, o que normalmente impulsiona o crescimento econômico e poderia aumentar a demanda por petróleo.
Embora analistas ainda esperem impacto significativo nas exportações russas devido às novas sanções, o efeito no mercado físico pode ser menos expressivo do que os volumes afetados sugerem.
Analistas do ING estimaram que as novas sanções poderiam eliminar todo o excedente de 700 mil barris por dia que haviam previsto para este ano, mas alertaram que o impacto real pode ser menor.
"A redução real nos fluxos provavelmente será menor, pois a Rússia e os compradores devem encontrar maneiras de contornar essas sanções", afirmaram em relatório.
Ainda assim, analistas preveem menor excesso de oferta no mercado como resultado.
"Esperamos que esta nova rodada de sanções aproxime o mercado do equilíbrio este ano, com menos pressão sobre o crescimento da demanda para atingir esse objetivo", disse Ashley Kelty, analista da Panmure Liberum.
A incerteza sobre a demanda da China, um dos principais compradores, pode reduzir o impacto da oferta mais restrita. As importações de petróleo bruto da China caíram em 2024 pela primeira vez em duas décadas, exceto durante a pandemia de COVID-19, segundo dados oficiais divulgados na segunda-feira.
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