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    Presidente da Comissão Europeia chega ao Uruguai para finalizar acordo com Mercosul

    "Linha de chegada do acordo UE-Mercosul está no horizonte. Vamos trabalhar (...). A maior parceria de comércio e investimento que o mundo já viu", disse

    Ursula von der Lyen, presidente da Comissão Europeia (Foto: Francois Lenoir / Reuters)

    Por Lisandra Paraguassu e Philip Blenkinsop e Lucinda Elliott

    MONTEVIDÉU/BRUXELAS (Reuters) - A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, chegou ao Uruguai nesta quinta-feira com o objetivo de finalizar um acordo comercial há muito aguardado entre a União Europeia e o bloco sul-americano Mercosul.

    "A linha de chegada do acordo UE-Mercosul está no horizonte. Vamos trabalhar, vamos cruzá-la. A maior parceria de comércio e investimento que o mundo já viu. Ambas as regiões serão beneficiadas", disse von der Leyen em uma publicação no X.

    Também em publicação no X, o vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, deu as boas-vindas a Von der Leyen à região e afirmou que "Mercosul e União Europeia nunca estiveram tão próximos".

    "A integração dos nossos mercados e a reafirmação dos nossos compromissos democráticos nos fará chegar mais longe juntos!", escreveu.

    Os países do Mercosul se reunirão em Montevidéu nesta quinta-feira, em meio a sinais de que o bloco formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai usará o evento para anunciar a conclusão do acordo comercial, que seria o maior fechado pela UE em termos de redução de tarifas.

    Três fontes envolvidas nas negociações disseram que o acordo foi fechado e que será anunciado na sexta-feira pelos chefes de Estado do Mercosul e por Von der Leyen, depois que ambos os lados conseguiram resolver os detalhes finais sobre questões ambientais e compras governamentais.

    "Tudo correu como esperávamos. Chegamos a um acordo que foi suficiente para ambos os lados", disse uma das pessoas, uma fonte sul-americana envolvida nas negociações que pediu para não ser identificada, pois o acordo ainda não é público.

    Von der Leyen, que está no início de seu segundo mandato, enfrenta oposição ao acordo dentro do bloco europeu.

    Agricultores europeus têm protestado repetidamente contra o acordo, alegando que ele levará a importações baratas de commodities sul-americanas, principalmente carne bovina, que não estaria sujeita aos mesmos padrões de segurança alimentar e ecológica da UE.

    A França tem sido a crítica mais veemente do acordo proposto.

    Embora distraído por uma crise política após o colapso do governo do primeiro-ministro Michel Barnier, o gabinete do presidente Emmanuel Macron emitiu uma declaração nesta quinta-feira dizendo que o acordo é "inaceitável".

    No entanto, outros membros da UE, como a Alemanha, insistem que o acordo é vital para o bloco, que busca diversificar seu comércio após o quase fechamento do mercado russo e o desconforto com sua dependência da China.

    Eles também veem o Mercosul como uma fonte potencialmente confiável de minerais essenciais, como o lítio, necessários para sua transição energética.

    Os países da UE como um todo e o Parlamento Europeu teriam que aprovar qualquer acordo comercial finalizado.

    Os negociadores sul-americanos continuam otimistas de que a UE acabará dando sua aprovação e que a França não conseguirá reunir uma minoria para bloquear o acordo.

    "A UE teve um mandato para negociá-lo nos últimos 20 anos. A ratificação é outro processo; mais tarde, eles mesmos terão que trabalhar nisso", disse uma das fontes.

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