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      Suriname já acumula descobertas de 13 bilhões de barris de óleo equivalente em sua Margem Equatorial

      Grandes empresas exploram o petróleo de um dos países que mais crescem no mundo

      Logotipo da ExxonMobil (Foto: Reuters/Dado Ruvic/Illustration)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – A bacia Guiana-Suriname tem sido palco de intensa atividade na exploração de petróleo e gás, com a Guiana descobrindo mais de 13 bilhões de barris de óleo equivalente (boe) na última década. Agora, a atenção do setor se volta para o vizinho Suriname, que deve receber investimentos robustos na perfuração de pelo menos 10 poços offshore entre 2024 e 2025. De acordo com análise da consultoria Rystad Energy, essa movimentação impulsionará investimentos e produção no setor energético do país.

      O investimento no setor de petróleo e gás do Suriname vem crescendo de forma expressiva. Os gastos no segmento upstream subiram de US$ 348 milhões em 2020 para US$ 514 milhões em 2023. A Rystad Energy estima que os investimentos de capital alcancem US$ 9,5 bilhões entre 2024 e 2027, impulsionados principalmente pelo desenvolvimento do projeto GranMorgu, operado pela TotalEnergies, e por campanhas de exploração planejadas.

      Um dos projetos mais emblemáticos é o poço Araku Deep-1, que marca a primeira perfuração da Shell em uma série de quatro poços programados para este ano. Se confirmadas reservas comerciais, essa descoberta pode reduzir riscos em camadas mais profundas e ajudar a definir planos futuros de perfuração. Além disso, a estatal surinamesa Staatsolie detém 20% de participação no desenvolvimento do Araku Deep-1, garantindo seu envolvimento na expansão da exploração offshore.

      Suriname quer se consolidar como polo energético

      Atualmente, as reservas recuperáveis do Suriname somam 2,2 bilhões de barris de óleo equivalente, tornando-se a segunda maior região emergente de exploração no mundo, atrás apenas da Namíbia. O interesse de gigantes como Shell, TotalEnergies e Chevron fortalece a posição do país como um destino atrativo para investimentos.

      O Bloco 58 desponta como uma das áreas mais promissoras. A semelhança entre os sistemas petrolíferos do Suriname e da Guiana tem sido um fator crucial na tomada de decisões das petroleiras, que enxergam boas chances de sucesso na exploração. O ambiente regulatório favorável e o esforço do governo surinamês para atrair investimentos estrangeiros reforçam a expectativa de um ciclo de desenvolvimento econômico sustentado pelo petróleo.

      Entre os projetos de maior impacto está o GranMorgu, que abrange os campos Sapakara South e Krabdagu, com estimativa de recuperação de 700 milhões de barris de óleo equivalente. Previsto para entrar em operação em 2028, este será o primeiro projeto de produção offshore em águas profundas do Suriname. Para sua operação, será utilizado um navio FPSO (unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência) com capacidade de produção de até 220 mil barris por dia, armazenamento de 2 milhões de barris e tratamento de gás de até 500 milhões de pés cúbicos diários. Com um design focado em minimizar emissões, o projeto prevê a reintrodução total do gás associado aos reservatórios, eliminando a queima rotineira de gás.

      Redução no tempo de desenvolvimento dos projetos

      O tempo de desenvolvimento dos projetos na bacia Guiana-Suriname tem melhorado significativamente. O poço Liza-1, no bloco Stabroek (Guiana), foi levado à produção em apenas quatro anos após sua descoberta, enquanto outros projetos na região têm levado cerca de seis anos do momento da descoberta até o início da produção. Essa eficiência operacional reflete o comprometimento das empresas petrolíferas em agilizar a exploração e maximizar os retornos econômicos.

      A companhia Petronas, da Malásia, também está ativa na exploração offshore do Suriname. Atualmente, conduz uma pesquisa sísmica 3D nos blocos 63 e 52, cobrindo uma área de mais de 6 mil quilômetros quadrados. A pesquisa, iniciada em dezembro de 2023, deve durar cerca de 150 dias e tem como objetivo delimitar o prospecto Ironman antes da perfuração exploratória. Esse programa inclui uma segunda fase de exploração programada para 2027.

      A Petronas detém descobertas significativas no Bloco 52, com reservas recuperáveis superiores a 500 milhões de barris de óleo equivalente, incluindo os poços Sloanea-1 (2020), Roystonea-1 (2023) e Fusaea-1 (2024). No entanto, após a saída da ExxonMobil de sua participação de 50% no bloco, a empresa precisará decidir entre seguir com o projeto sozinha ou buscar um novo parceiro para avançar na exploração e produção.

      O crescimento da exploração offshore do Suriname reflete o crescente apetite das grandes petroleiras por novas fronteiras de produção. Com investimentos bilionários, regulação favorável e infraestrutura emergente, o país se posiciona como um dos principais polos de exploração de petróleo na atualidade.

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