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A ausência de Lula no Brics levanta preocupações sobre liderança do Brasil no bloco

Historiador Valter Pomar destaca prejuízos políticos com a ausência de Lula na cúpula, enquanto discussões sobre o sistema financeiro global ganham força

(Foto: Brasil247 | REUTERS/Sergey Bobylev)

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247 - Durante o programa Contramola, transmitido pela TV 247, o historiador e analista político Valter Pomar abordou as implicações da ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cúpula do Brics, que ocorre em Kazan, Rússia. A notícia foi discutida no contexto da recuperação de Lula após um acidente doméstico que o afastou temporariamente de suas atividades políticas. 

Segundo Pomar, a ausência de Lula na cúpula representa um "prejuízo muito grande" para o Brasil, uma vez que o país está prestes a assumir a presidência do Brics. "Seria uma oportunidade de contato direto com algumas das principais lideranças do bloco e uma chance de o Brasil se posicionar de forma mais firme em questões polêmicas, como a proposta de criar um sistema de pagamentos menos dependente do dólar", afirmou Pomar.

A discussão no Brics gira em torno da desdolarização das transações globais, uma pauta em que a Rússia tem avançado. Pomar enfatizou a importância desse movimento para reduzir a influência dos Estados Unidos na economia mundial, que, segundo ele, "ainda cobra um pedágio de todo o comércio internacional". A ausência de Lula no evento presencialmente, mesmo com sua participação virtual, limita o potencial impacto diplomático do Brasil no encontro.

Além da cúpula do Brics, Pomar também destacou as consequências dessa ausência na reta final das eleições municipais no Brasil. Embora fosse esperado que Lula não participasse ativamente dessas campanhas devido à cúpula, seu afastamento por questões de saúde cria um vácuo na diplomacia pessoal, uma marca registrada do presidente. "Lula faz muita diplomacia pessoal, e a ausência dele é negativa. Ele participou de forma virtual, mas nunca é a mesma coisa", concluiu Pomar.

A especulação sobre o acidente de Lula também foi tema do debate. Pomar criticou as teorias conspiratórias que surgiram, especialmente entre setores da extrema direita, que sugeriram que o acidente seria uma desculpa para evitar a viagem à Rússia. Ele classificou essas teorias como "malucas" e "absurdas", destacando que, infelizmente, até parte da esquerda adota esses discursos conspiratórios.

Sobre o futuro do Brics, Pomar ressaltou que a presidência do bloco pelo Brasil em 2025 será uma oportunidade crucial para fortalecer a cooperação política e financeira global, especialmente em um momento em que o bloco discute a adesão de novos membros e alternativas ao sistema financeiro internacional centrado no dólar.

Por fim, o historiador fez um apelo para que o governo brasileiro mantenha sua política de cooperação internacional e busque soluções pacíficas em conflitos como o da Palestina e Israel. A ausência de Lula, segundo Pomar, não deve mudar a linha geral da política externa brasileira, que preza por negociações e acordos diplomáticos em vez de escaladas militares.

Com uma análise detalhada sobre os impactos da ausência de Lula e os desafios diplomáticos que o Brasil enfrenta no Brics, Valter Pomar ofereceu uma visão crítica sobre o cenário político atual, alertando para os prejuízos que podem ser causados pela falta de uma liderança ativa nas grandes decisões globais. Assista:

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