"A burguesia brasileira não quer desenvolver o País, quer tomar o que já existe", diz Alysson Mascaro
Professor e jurista afirma que o editorial da Folha sobre privatizações foi um "cântico de guerra"
247 – Em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, o professor e jurista Alysson Mascaro fez duras críticas ao editorial da Folha de S.Paulo, publicado no último domingo, 25 de agosto, que defende a privatização de empresas estatais estratégicas como a Petrobras, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil. Para Mascaro, o posicionamento do jornal reflete a postura da burguesia brasileira, que, segundo ele, não está interessada em promover o desenvolvimento do país, mas sim em "tomar e explorar as instituições econômicas já dadas".
Segundo o jurista, a proposta de privatização apresentada pela Folha é um "projeto de saque, não de desenvolvimento". Para ele, a burguesia não busca criar novas oportunidades ou fomentar o crescimento econômico do país, mas sim apropriar-se das estruturas já existentes, explorando-as ao máximo em benefício próprio. "É isso o que o editorial da Folha de S.Paulo expressa", afirmou.
Mascaro destacou que a sociedade brasileira, atualmente, está totalmente estruturada pela ideologia da direita, o que, em sua visão, torna ainda mais difícil a luta por um projeto de desenvolvimento nacional inclusivo e justo. "Tentar mudar algo no Brasil sem mobilização social é um labirinto sem saída", alertou o jurista, enfatizando que a forma como o governo atua visa desmobilizar a sociedade, na esperança de que a burguesia, por si só, desenvolva uma consciência moral que leve à mudança. No entanto, ele adverte: "Sem luta, não há nada que garanta um governo como tal".
Para Mascaro, o editorial da Folha foi mais do que uma simples opinião; foi um "cântico de guerra" em prol da agenda ultraliberal que vem sendo promovida no Brasil desde a década de 1990, e que agora se intensifica com a proposta de privatização das principais empresas estatais. "Paulo Guedes já se anuncia candidato a presidente da República", ironizou o professor, referindo-se ao ministro da economia do governo Jair Bolsonaro, um dos principais defensores da privatização em massa.
O jurista também alertou para o impacto devastador que essa agenda pode ter sobre o país, especialmente no que diz respeito ao papel social desempenhado por instituições como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil. Mascaro concluiu sua análise com uma crítica contundente à classe dominante brasileira: "Toda a burguesia é de direita ou de extrema-direita". Para ele, a ausência de um projeto de desenvolvimento nacional por parte dessa elite revela o verdadeiro caráter de sua atuação: a busca incessante pelo lucro, mesmo que isso signifique comprometer o futuro do país e a qualidade de vida de milhões de brasileiros. Assista:
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