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"O cerco ao fascismo no Brasil é uma operação da direita tradicional", diz Alysson Mascaro

Professor e jurista afirma que este cerco serve ao governo do presidente Lula, mas pode viabilizar a volta da direita tradicional

(Foto: Reuters | Divulgação )

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247 – Em uma entrevista reveladora ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, o filósofo e jurista Alysson Mascaro fez uma análise profunda sobre a conjuntura política brasileira, destacando o papel da direita tradicional no cerco ao fascismo de Jair Bolsonaro e as implicações para o governo do presidente Lula.

"O Brasil hoje é a nova colônia ideológica do mundo", afirmou Mascaro, ao discutir a influência externa sobre a política brasileira. Ele ressaltou a mudança significativa com a saída de Jair Bolsonaro da presidência: "Com a saída de Bolsonaro, deixamos de ter a vergonha de ter um presidente que beija a bandeira dos Estados Unidos. O presidente Lula beija a bandeira do Brasil."

Apesar disso, Mascaro alertou sobre a persistente influência estrangeira sobre uma parcela da população brasileira. "Há um pedaço da população brasileira que beija a bandeira dos Estados Unidos e de Israel", observou, indicando que a ideologia de extrema-direita ainda é forte no país. "A ideologia conseguiu no Brasil um amálgama total e está levando as massas para a extrema-direita", disse ele.

Para Mascaro, o cerco ao fascismo no Brasil é uma operação conduzida pela direita tradicional, que pode ter consequências inesperadas. "O cerco ao fascismo no Brasil é uma operação da direita tradicional", declarou. Ele acredita que essa estratégia pode servir aos interesses do governo de Lula no curto prazo, mas também pavimenta o caminho para o retorno da direita tradicional ao poder.

O professor expressou preocupação com a falta de controle do governo atual sobre a situação política, institucional e econômica. "O Executivo de hoje, do governo do presidente Lula, não tem controle da situação", afirmou. Segundo ele, esse cenário envolve múltiplos atores, incluindo o capital brasileiro e estadunidense, além dos militares, que foram poupados até agora. "Esse cálculo envolve o capital, brasileiro e estadunidense, e também os militares, que foram poupados", explicou.

Hora da mobilização e da ação de massas

No contexto atual, com as investigações e possíveis denúncias contra Bolsonaro ganhando força, Mascaro acredita que a esquerda e o governo Lula precisam agir com determinação. "No quadro atual, é fundamental fortalecer a ação de massas", enfatizou. "A esquerda e o governo Lula não podem ser reféns da direita."

Os recentes desdobramentos das investigações contra Bolsonaro, que incluem acusações de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro, conforme detalhado em um relatório de mais de 400 páginas da Polícia Federal, adicionam um nível extra de complexidade à situação política. Ministros do Supremo Tribunal Federal consideram as provas apresentadas no relatório como "robustas", aumentando a pressão sobre a Procuradoria-Geral da República para agir.

Com as eleições municipais se aproximando e a cautela adotada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, o cenário político brasileiro continua instável. No entanto, as palavras de Mascaro servem como um lembrete da necessidade de vigilância e ação contínua para evitar que a direita tradicional aproveite a situação para reconquistar o poder. Assista:

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