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'Abin paralela': auditor da receita, vítima da arapongagem, foi exonerado após relatório de rachadinhas contra Flávio Bolsonaro

Christiano Paes Leme Botelho teve exoneração relacionada a investigações contra Flávio Bolsonaro

(Foto: Reprodução)

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247 - Christiano Paes Leme Botelho, ex-chefe do Escritório da Corregedoria da Receita Federal no Rio de Janeiro (Escor07), foi exonerado após elaborar o relatório que fundamentou a investigação das rachadinhas contra o senador Flávio Bolsonaro, em dezembro de 2020. Paralelamente, Botelho foi monitorado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em um suposto esquema de arapongagem chamado de Abin paralela de Bolsonaro, destaca reportagem do jornal O Globo. As informações foram reveladas nesta quinta-feira (11), na 4ª fase da operação Última Milha, deflagrada pela Polícia Federal.

A exoneração de Botelho ocorreu após Flávio Bolsonaro afirmar que seus dados fiscais foram acessados ilegalmente antes do início formal da investigação sobre o esquema de rachadinhas em seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Botelho comandou o Escor07 por mais de uma década, sendo considerado uma figura influente no órgão. No Diário Oficial, a exoneração foi registrada como "a pedido", mas a imprensa apontou que a saída resultou de pressões após críticas dos advogados de Flávio Bolsonaro. Botelho não quis se manifestar sobre o caso.

As investigações da Polícia Federal, autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), revelaram um áudio em que Jair Bolsonaro, Alexandre Ramagem, então diretor-geral da Abin, e o general Augusto Heleno, então ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), discutem a investigação das rachadinhas. Na conversa, gravada em 25 de agosto de 2020, quatro meses antes da exoneração de Botelho, é debatido um plano para abrir procedimentos contra os auditores da Receita responsáveis pelo relatório que embasou a investigação.

De acordo com as investigações, Ramagem mencionou na gravação a necessidade de instaurar procedimentos administrativos contra os auditores da Receita para anular a investigação e retirar alguns auditores de seus cargos. A PF também aponta que a "Abin paralela" tentou levantar informações sobre "poderes e relações políticas" dos auditores, incluindo buscas por "dívidas tributárias" e redes sociais de esposas dos servidores da Receita.

Flávio Bolsonaro usou as redes sociais para negar qualquer interferência na Abin, afirmando que os servidores da Receita cometeram crimes ao acessar seus dados.

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