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    Flávio Bolsonaro nega ligação com 'Abin paralela' e diz que operação da PF tem viés político

    Segundo a PF, gravação de áudio detalha plano apresentado por Alexandre Ramagem a Jair Bolsonaro para blindar o senador de uma investigação da Receita Federal

    Flávio Bolsonaro (Foto: Alessandro Dantas/PT no Senado | PR)

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    247 - Citado no relatório da Polícia Federal (PF) que embasou a quarta fase da Operação Última Milha, deflagrada nesta quinta-feira (11) com o objetivo de apurar um suposto esquema de monitoramento ilegal feito de opositores e críticos do governo Jair Bolsonaro (PL) por parte de ex-agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) negou envolvimento caso e disse que a ação tem viés político. 

    “Simplesmente não existia nenhuma relação minha com Abin. Minha defesa atacava questões processuais, portanto, nenhuma utilidade que a Abin pudesse ter. A divulgação desse tipo de documento, às vésperas das eleições, apenas tem o objetivo de prejudicar a candidatura de Delegado Ramagem à prefeitura do Rio de Janeiro”, escreveu o parlamentar na rede social X, antigo Twitter.

    A postagem foi feita após a divulgação da notícia de que a Polícia Federal encontrou uma gravação de áudio no computador do ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Alexandre Ramagem que pode se tornar uma prova decisiva no caso das rachadinhas envolvendo o senador Flávio Bolsonaro. A gravação revela uma reunião entre Ramagem e Jair Bolsonaro (PL) em que um plano para proteger o senador das investigações sobre desvios de recursos teria sido discutido. Ramagem, que hoje ocupa uma cadeira na Câmara dos Deputados, é o pré-candidato do PL à prefeitura do Rio de Janeiro.

    Segundo o jornalista Aguirre Talento, do UOL, as investigações apontam que a gravação, com cerca de uma hora de duração, teria sido feita pelo próprio Ramagem. Além de Ramagem e Jair Bolsonaro, participaram da reunião o então ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Augusto Heleno, e uma advogada de Flávio Bolsonaro. O encontro ocorreu em 25 de agosto de 2020.

    Para a PF, o áudio comprova que a estrutura da Abin estava sendo usada para interesses pessoais de Jair Bolsonaro. A gravação mostra que Bolsonaro aprovou o plano apresentado por Ramagem para abrir procedimentos administrativos contra os auditores fiscais que investigavam Flávio. A estratégia foi colocada em prática e a investigação sobre o filho do então presidente foi anulada.

    Nesta quinta-feira, logo após a operação, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes retirou o sigilo do caso. O relatório mostra que políticos e jornalistas foram espionados pela estrutura paralela da agência.

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