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    Agentes da 'Abin paralela' de Bolsonaro discutiram "tiro na cabeça" de Alexandre de Moraes

    Investigados avaliaram alternativas para lidar com o ministro do STF, incluindo a abertura de um processo de impeachment e a produção de um dossiê contra ele

    Presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

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    247 - A quarta fase da Operação Última Milha, deflagrada nesta quinta-feira (11) pela Polícia Federal (PF) com o objetivo de apurar um esquema de monitoramento ilegal de opositores e críticos do governo Jair Bolsonaro (PL) por meio de uma 'Abin paralela', revelou que os envolvidos sugeriram ações violentas contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, incluindo um plano para assassiná-lo com um "tiro na cabeça".

    De acordo com o jornal O Globo, um trecho do relatório da PF aponta que em mensagens trocadas em agosto de 2021 - descobertas durante a investigação de um ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) - um dos investigados reclama da situação e sugere que o ministro "merecia algo a mais". Em resposta, outro investigado menciona o calibre de munição "7.62". A resposta foi direta: "head shot" (termo em inglês que significa "tiro na cabeça").

    Além das ameaças de violência, os investigados também discutiram outras alternativas para lidar com o ministro do STF, incluindo a abertura de um processo de impeachment. As quebras de sigilo nos celulares dos envolvidos mostraram ainda a produção de um dossiê contra Alexandre de Moraes.

    A PF informou que os investigados no caso da 'Abin paralela' poderão responder por crimes de organização criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático.

    Diversas pessoas foram espionadas pelo equema ilegal montado na Abin. No Poder Judiciário, os ministros do STF Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux foram alvo das investigações. No Poder Legislativo, foram monitorados o atual presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, o deputado Kim Kataguiri e os ex-deputados Rodrigo Maia e Joice Hasselmann, além dos senadores Alessandro Vieira, Omar Aziz, Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues, que integravam a CPI da Covid no Senado.

    No Poder Executivo, as investigações apontaram para o monitoramento do ex-governador de São Paulo, João Doria, e servidores do Ibama, Hugo Ferreira Netto Loss e Roberto Cabral Borges. Também foram monitorados os auditores da Receita Federal do Brasil Christiano José Paes Leme Botelho, Cleber Homen da Silva e José Pereira de Barros Neto.

    Os jornalistas Monica Bergamo, Vera Magalhães, Luiza Alves Bandeira e Pedro Cesar Batista também estiveram sob vigilância, conforme as investigações da Polícia Federal.

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